Equipe de bombeiros teve que retornar ao Parque Estadual do Espinilho nessa terça-feira à tarde  
 
A temperatura elevada e os ventos moderados provocaram o surgimento de novo foco de incêndio, às 17h55min dessa terça-feira no Parque Estadual do Espinilho, em Barra do Quaraí. A localização das chamas, em área próxima à BR 472, facilitou o acesso do caminhão autobomba-tanque (ABT) dos bombeiros, que controlaram a situação em duas horas. Mesmo assim, foram devastados mais 8 hectares da reserva.

O soldado Davi Medeiros, que coordenou as operações iniciadas na última segunda-feira, alerta que o clima e as condições do campo permanecem favoráveis ao surgimento de novos focos. O parque, localizado a 10 quilômetros do centro da cidade e refúgio de espécies endêmicas e vulneráveis, perdeu em dois dias 163 dos seus 1.617 hectares.

O primeiro incêndio começou às 11h30min de segunda-feira. Animais e espécies de vegetação foram queimados. O trabalho para debelar o fogo durou 20 horas. Somente às 7h30min de ontem os seis bombeiros comunitários deram por concluída a missão de proteger uma das mais importantes reservas ambientais do Rio Grande do Sul e a única ainda contando com espinilhos. No final da tarde, a equipe seria mobilizada novamente.

Segundo o soldado Davi Medeiros, as chamas originadas às margens da BR 472, se alastraram em direção à mata ciliar do rio Uruguai. Os focos foram combatidos com abafadores e batedores, além do apoio de uma viatura e de um trator que auxiliou na limpeza da área afetada.
O calor, matas densas e capim alto associados podem ter provocado o incêndio. Os bombeiros alertam que, principalmente no verão, pontas de cigarros e latas não devem ser atiradas de veículos pois podem se transformar no estopim para grandes danos ecológicos.

O presidente da ONG Atelier Saladero, de Barra do Quaraí, Argemiro Rocha, classifica os prejuízos ao parque de 'uma tragédia esperada, em razão de não haver recursos materiais, humanos e físicos para prevenir e manter o meio ambiente'.
 
(Por Fred Marcovici, Correio do Povo, 19/12/2007)