Todos são acusados de formação de quadrilha. Procurador tem 5 dias para oferecer denúncia à Justiça
A Polícia Federal entregou ontem na 1ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre o inquérito que apurou fraude em avais concedidos em nome da CGTEE em favor de empresas privadas do setor de energia. Nove pessoas foram indiciadas pelo chefe do Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, Alexandre Isbarrola. Foram acusados de formação de quadrilha. Também houve indiciamentos por estelionato, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e crimes contra o sistema financeiro nacional. A Operação Curto-Circuito, desencadeada em 21 de novembro, resultou em 70 volumes de documentos.
O procurador da República Antônio Carlos Welter tem prazo de cinco dias para oferecer a denúncia à Justiça Federal. Se for aceita, os indiciados passarão a responder a processo criminal. Segundo o delegado, as investigações concluíram que os indiciados de fato participaram de esquema fraudulento para obtenção de financiamento de um banco alemão. O empréstimo foi concedido mediante aval da CGTEE, obtido através de assinaturas falsificadas em documentos da estatal.
Entre os indiciados por suposto envolvimento no esquema estão o engenheiro chileno Erwin Alejandro Jaeger Karl, representante da CCC Machinery e que estaria na Alemanha, e Luciano Prozillo Junior, da Winimport. Ambos não foram presos. Os demais indiciados são o ex-diretor técnico da CGTEE Carlos Marcelo Cecin, o diretor da Cooperativa Rio-Grandense de Eletricidade, Iorque Cardoso, o funcionário da Elétrica Jacuí (Eleja) Celso Antônio do Nascimento, o ex-assessor jurídico da CGTEE Joceles Moreira e o sócio da Barbosa & Barbosa Consultoria, Alan Oliveira Barbosa. O presidente da Eleja, Júlio César Azevedo Magalhães, e seu assessor Filipe Parisotto estão indiciados e permanecem presos.
Os agentes teriam falsificado 12 contratos, entre 2005 e 2006, nos quais a CGTEE constava como avalista de empréstimos no valor de 168 milhões de euros.
(Correio do Povo, 19/12/2007)