Em alguns anos, Belém (PA) se tornará a sede mundial do mapeamento de florestas tropicais. O motivo é o Laboratório para Monitoramento Global das Florestas Tropicais por Satélite, a ser implantado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O laboratório integrará o Centro Regional da Amazônia (CRA), que, além do laboratório de Belém, terá também outras duas bases: a Estação de Recepção de Dados de Satélites, em Boa Vista, e o Núcleo de Monitoramento Ambiental, em Manaus.
Segundo o Inpe, o laboratório de Belém terá a missão de mapear o desmatamento das florestas tropicais, encontradas nos continentes americano e africano, na Ásia e na Oceania. Isso será possível graças aos acordos multilaterais com outros países para o uso das imagens de satélite. Hoje, além do próprio território, o Brasil monitora a África.
Segundo Gilberto Câmara, diretor do Inpe, na virada da década os únicos fornecedores de dados por satélite de sensoriamento remoto para o mundo serão o Brasil e a Índia, graças ao tempo de vida útil dos novos satélites.
As pesquisas brasileiras na área de mapeamento estão tão avançadas que, em reportagem publicada este ano pela revista Science, o sistema de monitoramento de florestas no Brasil foi definido como “a inveja do mundo”. Entretanto, Câmara destaca que ainda há um grande trabalho a ser feito para uma diminuição significativa do desmatamento na Amazônia.
Belém foi escolhida para sediar o laboratório de monitoramento global das florestas tropicais por diversos fatores. Entre eles, Câmara destacou a proximidade institucional e pessoal com o Museu Paraense Emílio Goeldi, que deverá ser um parceiro fundamental nessa nova etapa para a pesquisa na Amazônia.
“A vida ou morte da Amazônia se dará no Pará. O que ocorrer no Pará nos próximos 20 anos vai determinar o futuro da Amazônia”, disse o diretor do instituto.
Mais informações: www.inpe.br
(Agência Fapesp, 18/12/2007)