O diretor de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, afirmou, em audiência pública na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) nesta terça-feira (18/12), que as vantagens do transporte por trem não se medem apenas no retorno financeiro imediato, mas também no custo ambiental e social.
Segundo Carneiro Filho, a opção preferencial dos governos passados pela matriz rodoviária produz custos operacionais, ambientais e sociais, tais como acidentes, roubo de cargas, assaltos nas estradas, muito superiores aos do transporte ferroviário, segundo a análise de Carneiro Filho.
Com a redução do tráfego de veículos e, portanto, de emissão de Dióxido de Carbono (CO2), obtém-se vantagem ambiental, argumentou Carneiro Filho. Menos caminhões, carros e ônibus nas estradas também proporcionariam menos gastos com manutenção dessas vias, como observou o representante do Ministério dos Transportes.
- Investir nas ferrovias para manter melhor as rodovias. Isso é o que pensamos hoje, ao avaliar a questão dos modais de transportes informou.
Carneiro Filho respondeu perguntas dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Valdir Raupp (PMDB-RO), autor do requerimento para realização da audiência. Carneiro Filho disse que o investimento em ferrovia pode ser comparado ao investimento em hidroelétrica - alto custo de implantação, mas com custo operacional baixo. Já a rodovia, segundo ele, pode ser comparada a uma usina térmica, com custo inicial barato e custos operacionais altos.
O representante do Ministério dos Transportes informou ainda que o governo está fazendo um levantamento das necessidades de todos os estados e retomando o planejamento nacional do transporte.
- Vamos identificar as necessidades para prever as novas ligações que teriam de ser construídas, para dar o Brasil uma nova matriz de transporte - explicou.
(Por Geraldo Sobreira, Agência Senado, 18/12/2007)