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eucalipto no pampa
2007-12-18
Uma das poucas variações no tom foi o documento enviado pelo Reitor da UFPel desautorizando o uso da marca da universidade nos documentos do EIA/RIMA

“Necessidade de desenvolvimento”, “de geração de emprego e renda”, “a saída econômica para a empobrecida metade sul”, “necessidade de atração de grandes empresas para a região”. Estes foram os principais argumentos levantados ontem (17/12) na abertura da audiência pública para apresentação do Estudo de Impacto Ambiental da VCP em Pelotas. O evento ocorreu no ginásio do SESTSENAT, zona norte de Pelotas, num ambiente sonolento, e que só em poucos momentos saiu da normalidade.

Logo após a apresentação do EIA (Estudos de Impacto Ambiental)/ RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) foi lida a manifestação formal do reitor da UFPel, César Borges, onde solicitava a retirada da marca da UFPel como integrante do EIA/RIMA para o plantio de 200mil hectares de eucalipto nos seguintes municípios do RS: Aceguá, Arroio Grande, Bagé, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Herval, Hulha Negra, Jaguarão, Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado e Piratini.

A platéia estava uniformizada com camisetas e adesivos da Votorantim Celulose e Papel (VCP) e da Força Sindical. A audiência organizada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEPAM) fechou este ciclo de apresentações dos EIA/RIMA para o plantio de eucalipto no RS.

Ao som de Axé
Cerca de duas horas antes do evento já havia movimentação do público uniformizado. Funcionários da empresa, agricultores e sindicalistas, vestindo camisetas com a marca da VCP, eram embalados por um caminhão de som tocando Axé Music.

Para acessar o local do evento era necessário passar por uma das duas barreiras policiais. A presença ostensiva de dezenas de PM´s - “número necessário para manter a ordem”, conforme o Capitão Azevedo, comandante da operação – era o cartão de visitas. No entanto a preocupação maior parecia estar focada com a possibilidade do deslocamento dos movimentos sociais para a audiência. Com um crachá identificando “Organização”, o recado ao comandante foi claro: “já consultamos nossas bases e não tem nenhum ônibus. Já falamos com a Polícia Rodoviária”. Provavelmente a preocupação seria com os integrantes do MST, movimento que vem se opondo abertamente ao plantio de eucalipto em larga escala.

Anderson Aléxis, graduado em ciências sociais com especialização em geografia, estranhou apenas um dos lados estarem no local: “Só tem camiseta branca e vermelha (VCP e Força). Que democracia é essa?” Já o agricultor de Arroio Grande, Sérgio da Silva não vê esse tipo de problema e comenta sobre o consumo de água do eucalipto: “É bobagem do povo. Eles (VCP) dão toda manutenção pra não estragar o solo. Essa história de que eucalipto seca rio não é verdade porque a empresa planta um tipo de eucalipto que puxa menos água”, comenta confiante.

O EIA/RIMA
Pouco mais da metade dos dois mil presentes estiveram até o final da apresentação do EIA/RIMA que concluiu:
-  A região é adequada para o empreendimento da silvicultura;
- O manejo florestal da VCP utiliza as melhores práticas tecnológicas ambientais disponíveis;
- O projeto incorpora todas as medidas importantes de prevenção e proteção do meio ambiente;
- O empreendimento trará benefícios para os diversos municípios da região, Estado do Rio Grande do Sul e para o país.

Estudo sigiloso
A única manifestação contrária ao processo de EIA/RIMA ou sobre o plantio de eucalipto foi protagonizada pelo prof. da UFPel, Althen Teixeira Filho, que alertou: “o artigo sétimo exige da universidade a não publicização dos resultados obtidos. Além disso, temos contratos feitos pela VCP e a Fundação Mendes da Silveira cujo contrato exige manter absoluto sigilo sobre os trabalhos envolvidos. Então as empresas respondem ao que quiserem na audiência e ninguém tem como cobrar a verdade. Como acreditar que tudo foi discutido e apresentado se no próprio contrato consta um cláusula dessas?”, exclamou indignado, retirando-se do evento ao afirmar que a audiência estava ferida de morte.

Juntamente com Teixeira, o único grupo que questionava as empresas de celulose também deixou o espaço da audiência. José Maria Mendes Filho, diretor da VCP, em entrevista na sala de imprensa, apontou que as cláusulas apontadas como inconstitucionais fazem parte de contratos padrões firmados com institutos de pesquisa nos mais diversos setores e empreendimentos e que a democracia foi mais uma vez respeitada no processo de diálogo com a população e instituições. Ele também lamentou o fato de o anúncio por parte da UFPel ter ocorrido somente no dia da audiência já que os contratos estavam em vigor desde 2006.

(Por Daniel Hammes*, especial para o Ambiente JÁ, 18/12/2007)

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