Em homenagem ao ambientalista gaúcho José Lutzenberger, que completaria 81 anos ontem, o 17 de dezembro será lembrado como Dia do Bioma Pampa. A data foi oficializada ontem pela secretária de Biodiversidades e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, durante o lançamento do Mapeamento da Cobertura Vegetal do Bioma Pampa, na reitoria da Ufrgs.
A filha do ambientalista e presidente da Fundação Gaia, Lara Lutzenberger, afirmou que a homenagem é o reconhecimento ao trabalho do pai, que já na década de 70 lutava pela preservação do Pampa gaúcho. 'O bioma tem riquezas biológicas e paisagísticas preciosas do ponto de vista da diversidade, cuja preservação ambiental é urgente', defendeu.
Conforme a presidente da Fundação Gaia, restam apenas 41% da cobertura natural do Bioma Pampa no Estado, que originalmente ocupava 63% do território gaúcho. 'E só 0,46% da área do bioma está protegida por unidades de conservação de proteção integral.'
Maria Cecília afirmou que o estudo do Departamento de Ecologia da Ufrgs, que resultou em 23 cartas dos 178 mil quilômetros quadrados do RS, servirá para apontar áreas de conservação integral e de uso sustentado a serem criadas pelos governos federal e estadual.
O coordenador do mapeamento, Heidrich Hasenack, afirmou que o estudo apontou 105 áreas prioritárias para conservação. 'Estas áreas somam 34,29 mil quilômetros quadrados e são consideradas de importância extremamente alta.'
O Pampa é um dos seis biomas continentais brasileiros, junto com Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal. Os biomas são reconhecidos principalmente pela vegetação nativa. No Pampa predominam campos, mas há capões de mata, mata ciliar, formações arbustivas, banhados, butiazais e afloramentos rochosos.
(Correio do Povo, 18/12/2007)