A lei que declara o Sítio Histórico de Porongos, localizado em Pinheiro Machado, Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio Grande do Sul, de autoria do deputado Raul Carrion (PCdoB), foi sancionada na última semana pela governadora do Estado.
A área de três hectares foi palco, no final da Revolução Farroupilha, de um dos mais trágicos acontecimentos da História do RS – o massacre dos negros farroupilhas, conhecidos como Lanceiros Negros, que lutaram pela República, na esperança da liberdade prometida. O grupo de soldados foi barbaramente aniquilado na madrugada de 14 de novembro de 1844.
A proposição foi baseada em extensa pesquisa realizada pelo deputado Raul Carrion, que é historiador. O trabalho que subsidiou o projeto foi publicado em forma de separata sob o título Os Lanceiros Negros na Revolução Farroupilha, lançado durante a Feira do Livro de Porto Alegre deste ano. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do RS reconheceu a relevância histórica do Sítio de Porongos.
Segundo Carrion, a Lei faz um resgate dos acontecimentos que envolveram os negros na luta dos farrapos, chamados Lanceiros Negros, numa justa homenagem a um episódio pouco lembrado pela história oficial. Os Lanceiros Negros eram negros livres ou libertados pela República – com a condição de lutarem como soldados pela causa republicana – ou por ex-escravos pertencentes aos imperiais. O deputado lembra que desde o seu início, a luta dos farroupilhas contou com a importante participação de negros e mulatos.
(Por Isabela Soares, Agência de Notícias AL-RS, 17/12/2007)