Com a chegada do verão, o Brasil deve intensificar o controle dos casos de dengue. O início das chuvas e de temperaturas altas incide sobre o aumento da população do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Para o secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta Junior, é importante que a população também se engaje no combate ao mosquito.
“O Ministério da Saúde está mobilizando todos os gestores municipais, secretários municipais de saúde, para que haja um maior envolvimento da população nas ações e controle da dengue exatamente para que nesse período do ano de 2008 nós não tenhamos a mesma situação que ocorreu em 2007 e com isso possamos ter uma redução no número de casos de dengue.”
Dados do Ministério da Saúde mostram que, de janeiro a novembro deste ano, foram contabilizadas mais de 536,5 mil ocorrências - quase 200 mil casos a mais do que os notificados em 2006. De acordo com o ministério, esse aumento está relacionado a epidemias registradas em Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco, principalmente, nos meses de janeiro a maio.
De acordo com Pimenta Junior, 86% dos casos notificados este ano foram registrados no período de janeiro a maio.
O secretário-adjunto disse ainda que o estado do Rio de Janeiro já não apresenta mais um quadro de epidemia, mas que alguns locais como a capital e os municípios da região metropolitana ainda merecem atenção porque os níveis de infestação são altos, em função da grande concentração da população e do grande fluxo de pessoas vindas de outros países.
Pimenta destacou também que o município de Redenção (PA) e a região metropolitana de Salvador e Camaçari (BA) também apresentam índices mais elevados do Aedes aegypti, transmissor da dengue. Para ele, é preciso que a população de todo país trabalhe em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde na eliminação rápida dos focos nesses municípios.
O secretário explicou que a dengue é causada por um vírus com quatro subtipos. Não existe vacina para a doença e a única forma de controle é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Segundo ele, dos quatro subtipos, no Brasil circulam três. Em países vizinhos como a Colômbia e a Venezuela é encontrado o vírus tipo 4, único sorotipo que não é encontrado no Brasil.
De acordo com o secretário, quando a pessoa apresenta os sintomas mais freqüentes como febre, dor de cabeça, dor nas articulações e dor ao redor dos olhos, “dizemos que ela está com dengue clássica”. Quando ela apresenta sinais hemorrágicos como colocar sangue pelo nariz, pela boca ou fezes com sangue, com baixa de plaquetas e exames positivos para o vírus “dizemos que ela está com dengue hemorrágica”. E quando evolui para o choque, que é o estado mais grave, com pulsação fraca, baixa pressão arterial e dor abdominal intensa, “dizemos que a pessoa está com síndrome de choque da dengue".
“É importante que após o início dos sintomas da chamada dengue clássica, com febre, dor de cabeça e dor nas articulações, a pessoa procure imediatamente o serviço médico. É preciso que a dengue não seja tratada como uma doença banal. Outra questão é não fazer uso do ácido acetilsalicílico [aspirina] e seus derivados”, afirmou.
Uma das medidas para controlar a proliferação do mosquito é evitar o acúmulo de água. É preciso fechar as caixas d'água, limpar e desentupir as calhas das casas, manter pneus cobertos, as garrafas com as bocas para baixo e os pratos dos vasos de plantas com areia.
(Por Gláucia Gomes, Agência Brasil, 17/12/2007)