A Justiça do Rio atrasou a liberação da saída de 70 presos em regime semi-aberto que participariam, nesta segunda (17/12) e terça-feira (18/12), do projeto de reflorestamento nas margens do Rio Guandu, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O presidente da Fundação Santa Cabrini, órgão do Estado que ressocializa e capacita detentos do sistema penitenciário, Jaime Melo de Sá, explicou que os presos não foram liberados por uma questão burocrática. "O grande propósito dessas ações é ressocializá-los, trazer um preso a uma situação de experiência profissional. Hoje a preocupação do Estado é fazer com que esses homens possam voltar ao seio da sociedade melhor do que entraram", afirmou.
Ele disse esperar que, ainda neste ano, a primeira turma de detentos possa participar do treinamento com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O projeto Planta Guandu é coordenado pela Secretaria estadual de Ambiente, em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Embrapa, e a Fundação Santa Cabrini. No total, 150 detentos trabalharão no projeto. Em dois anos, vão ser plantadas um milhão de mudas na bacia do Rio Guandu nos municípios de Seropédica, Paracambi, Queimados, Japeri e Rio Claro.
O secretário de Ambiente, Carlos Minc, disse que a atividade de reflorestamento com os detentos está temporariamente suspensa até que todos os presos sejam liberados pela Justiça. Carlos Minc também defendeu a importância de promover atividades de ressocialização dos detentos para diminuir a violência.
"Atrasou a liberação, que está para sair a qualquer momento. Você junta a questão ambiental com a ressocialização, que é uma questão social e de segurança pública. Se os presos não trabalham, não tem uma renda e uma profissão, a chance de reincidirem no crime é muito grande. Então, também é uma contribuição da área da ecologia para diminuição da violência",
afirmou.
O Rio Guandu abastece de água 9 milhões de pessoas no Estado do Rio de Janeiro. Enquanto a Justiça não liberar os 70 presos que formariam a primeira turma do treinamento, haverá um mutirão de técnicos locais para iniciar o trabalho.
(Por Fabíola Ortiz, Agência Brasil, 17/12/2007)