O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na Bolívia na noite deste domingo (16) e foi recebido no aeroporto internacional da cidade de El Alto por vários ministros do governo do presidente Evo Morales. Lula e os presidentes Michelle Bachelet (Chile) e Evo Morales (Bolívia) discutem no Palácio do Governo boliviano a construção de uma rodovia que ligará o Atlântico ao Pacífico passando pelos três países.
Pouco antes de o presidente Lula chegar na sede do governo em La Paz para participar de um encontro com os colegas Morales e Bachelet, policiais contiveram uma manifestação contrária ao projeto de uma usina hidrelétrica binacional no rio Madeira.
Em meio a cartazes de saudação aos dois presidentes sul-americanos, cerca de dez ativistas exibiam uma placa com a inscrição “Não à usina do Lula no rio Madeira”. Os policiais que faziam a segurança do local agiram rápido, apreenderam o cartaz e prenderam dois dos manifestantes.
Destruição na Bolívia “O presidente Lula pode ser um bom presidente para o Brasil, mas aqui na Bolívia só está causando morte e destruição”, disse a ativista Justina Poma, 29, do grupo Qanasa Animales, que significa Protetor dos Animais, na língua indígena aymar. A usina hidrelétrica binacional do rio Madeira é um antigo projeto que ainda não saiu do papel justamente por conta de protestos contrários à inundação de uma grande área, que seria de indígenas bolivianos, na fronteira dos dois países.
Recentemente, o consórcio Madeira Energia venceu a primeira licitação para construir a usina de Santo Antonio. A usina que terá capacidade de gerar 3150 megawatts deve começar a funcionar em 2012.
(Por Tiago Pariz,
G1, 17/12/2007)