Com apoio do Ministério do Meio Ambiente, um estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está aprendendo conhecimentos medicinais com quilombolas em Oriximiná, oeste do Pará. O levantamento resultará em uma tese de doutorado.
A intenção da pesquisa é encontrar substâncias que possam ser usadas na fabricação de remédios farmacêuticos para o sistema pulmonar e o sistema nervoso central. Para estudar os conhecimentos centenários das plantas da região, o doutorando Danilo de Oliveira fez um acordo com o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (ligado ao ministério).
Segundo a assessora técnica do Ministério do Meio Ambiente, Fernanda Álvares, o estudo poderá trazer aproveitamento econômico para as comunidades quilombolas. “Caso venha a se criar um produto [com base nas plantas da região], existe um contrato entre a UFRJ a Associação das Comunidades Tradicionais para que ambos desfrutem dos benefícios da pesquisa”, explica.
Para Silvano Silva da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná a pesquisa também é importante para a preservação do patrimônio cultural dos quilombolas. “O pessoal viveu por muito tempo se tratando com medicamentos da floresta. Essa cultura permanece até hoje”, observa.
O município de Oriximiná tem 33 comunidades remanescentes de quilombos, onde vivem cerca de 6 mil pessoas. O prazo para a conclusão da tese de doutorado é até o início de 2009.
(Por João Porto, Agência Brasil,16/1/2007)