O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou na sexta-feira (14/12) que os países desenvolvidos não podem “jogar para cima dos países em desenvolvimento uma responsabilidade que é deles”, ao comentar as discussões sobre o controle do aquecimento global e das mudanças climáticas na 13ª Conferência das Partes (COP) sobre o Clima, que está sendo realizada em Bali, na Indonésia.
Para o ministro, um dos principais ganhos do Brasil foi em relação à forma de participação nas discussões. “O Brasil não tem que ter uma posição defensiva sobre isso, o Brasil tem interesse em trabalhar pelo fim do desmatamento, como aliás temos feito, temos interesse em melhorar a nossa matriz energética, como temos feito, e queremos mostrar isso ao mundo”, afirmou, depois de assinar a cooperação brasileira em um programa no Haiti contra o trabalho infantil.
Amorim lembrou que no seu discurso durante a conferência fez questão de falar em responsabilidades diferenciadas para cada país, porém comuns, “para frisar que nós queremos fazer a nossa parte”.
De acordo com o ministro, a floresta amazônica não é só causadora de emissão de gases que provocam o efeito estufa por meio do desmatamento. “Ela é sobretudo a principal vítima do aquecimento global”, afirmou.
O ministro disse que voltou da conferência com a certeza de que a diplomacia do século 21 não pode mais ser só de interesses. Para Amorim, a diplomacia tem que ser, sobretudo, de solidariedade ativa, não apenas retórica.
(Por Ana Luiza Zenker, Agência Brasil, 14/12/2007)