O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) instalará, nesta semana que se inicia, uma estação sismográfica na região de Minas Gerais atingida por um terremoto no dia 9. Segundo o professor de sismologia da universidade, Lucas Vieira Barros, o equipamento acompanhará, em tempo real, o movimento do interior da terra na área.
“A estação vai transmitir os dados diretamente a Brasília em tempo real via satélite para que possamos acompanhar continuamente qualquer tremor de terra de qualquer magnitude que venha a ocorrer lá”, afirma Barros, que também é chefe do Observatório Sismológico da UnB.
De acordo com Barros, o Brasil terá, em breve, uma rede sismográfica nacional, também com transmissão em tempo real para Brasília, com o objetivo de detectar tremores de terra em qualquer lugar do país.
Segundo o professor, ainda podem ocorrer outros tremores de terra na região atingida recentemente. “Isso é comum. Quando a terra se quebra, outros tremores acontecem, o que chamamos abalos secundários”, explica.
“O solo não se acomoda de uma vez por todas, mas leva dias, meses e até anos para se acomodar por meio de pequenas rupturas, gerando pequenos sismos [movimentos do interior da terra]. Isso está acontecendo lá”, explica.
Barros afirma que o governo estadual ainda não decidiu se alojará as famílias desabrigadas com o terremoto em outro local, ou se construirá casas mais fortes na mesma região.
O terremoto que atingiu o distrito de Caraíbas, no município de Itacarambi, norte de Minas Gerais, alcançou 4,9 pontos na escala Richter e foi um dos 20 maiores já registrados no Brasil. Foram atingidas 76 casas da região, de acordo com a Defesa Civil. Uma criança de 5 anos morreu, seis pessoas ficaram feridas e cerca de 400 estão desabrigadas.
(Por Ana Luiza Zenker e Sabrina Craide, Agência Brasil, 15/12/2007)