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amazônia antártida / antártica
2007-12-17

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse no sábado (15/12) que suas visitas à Antártida e Amazônia o ajudaram a compreender a necessidade premente de combater a mudança climática.

Quase 200 países reunidos em Bali chegaram a um acordo para iniciar negociações de um pacto de combate ao aquecimento global, mas apenas depois que uma mudança de postura dos Estados Unidos permitiu um avanço histórico.

Ban, que tornou a mudança climática em uma prioridade da ONU, visitou no mês passado a América do Sul e viu geleiras derretendo na Antártida, onde as temperaturas são as mais altas em 1.800 anos. Ele também foi à Amazônia, no Brasil, líder mundial em biocombustíveis considerados uma alternativa aos combustíveis fósseis.

"Aquela visita também me tornou muito mais convencido de minha convicção. Aquilo me deu mais poder persuasivo ao falar com outras pessoas", disse Ban em entrevista a bordo do vôo da capital do Timor Leste, Dili, para Jacarta, via Bali.

O secretário-geral da ONU parou em Bali para fazer um discurso de última hora, conclamando os negociadores a darem um fim ao impasse nas negociações.

O avanço do diálogo ocorreu pouco depois que os países aprovaram um "guia" para dois anos de negociações de um tratado que sucederá o Protocolo de Quioto em 2012, incluindo os Estados Unidos e países em desenvolvimento com China e Índia.

O acordo, fechado depois de duas semanas de negociações, ocorreu depois que Washington abandonou a oposição à proposta do bloco dos países em desenvolvimento, o G77, de que países ricos tomem mais iniciativas para ajudar os países em desenvolvimento a combater as emissões dos gases do efeito estufa.

Ban disse que ajudou a aumentar a consciência mundial sobre a mudança climática, que, segundo o painel de clima da ONU, é causada por atividades humanas de uso de combustíveis fósseis que produzem dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa.

"Se você observar a situação do ano passado ou mesmo do começo deste ano, não havia muita compreensão e consciência," disse Ban, que visitou quase 60 países em seu primeiro ano como secretário-geral da ONU.

"Este é um momento definidor para mim e meu mandato como secretário-geral," disse o secretário-geral de 64 anos em outra entrevista à Reuters, pouco depois que o acordo foi fechado e antes de embarcar no avião da ONU para ir à Jacarta.

"Aplaudo que todos os países (...) tenham reconhecido que esta é uma agenda definidora para toda a humanidade, para todo o planeta Terra," disse Ban, ex-ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul.

Ele disse, entretanto, que ainda há muito que fazer.

"Este é só o começo, um começo das negociações. No ano que vem, teremos que nos envolver em um processo de negociação muito mais difícil e complexo."

Timor Leste

Ban também fez sua primeira visita ao país mais jovem da Ásia, o Timor Leste, que estava engolfado no caos no ano passado, com disputas violentas entre facções, que mataram 37 pessoas e deixaram mais de 100 mil desabrigados.

"Este é um desafio imenso. Quase um décimo da população está agora morando em acampamentos," disse Ban, que foi a um acampamento de refugiados na capital, Dili, em sua visita de um dia.

As Nações Unidas vão decidir em fevereiro se estenderão sua missão no país, que se tornou independente em 2002, depois de um referendo que decidiu pela separação da Indonésia em uma votação marcada pela violência, em 1999.

(Estadão, com informações da Reuters, 15/12/2007)


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