Uma pequena embarcação está sendo utilizada nas obras de restauração da Ponte da Azenha, local onde uma batalha histórica liderada por Bento Gonçalves deu início à Revolução Farroupilha em 20 de setembro de 1835. O barco permite que os operários se movimentem sobre o leito do arroio Dilúvio para recuperar danos estruturais da ponte, como fissuras e armaduras expostas. A expectativa é concluir a reforma em março, incluindo a restauração arquitetônica da escadaria que leva ao Dilúvio e a reforma das calçadas. Os trabalhos, iniciados há quase três meses, estão orçados em R$ 531 mil, com recursos da prefeitura da Capital. Por dia, passam cerca de 100 mil veículos pela ponte.
No canteiro de obras são confeccionados balaústres para substituir os que foram destruídos em atos de vandalismo ou pelo tempo, uma vez que a ponte é de 1935. A equipe, composta por 15 operários, realiza um estudo nos taludes que sustentam as cabeceiras da ponte. Segundo a engenheira civil Claudia Veppo Gaier, uma das responsáveis pela obra, o volume de água registrado em dias de chuva forte compromete lentamente a estrutura rebaixada nas cabeceiras. A elevação do nível da água já interrompeu os trabalhos em mais de dez dias.
Desde o século XVIII, o local já teve pontes de madeira, pedra e metal. Segundo historiadores, algumas precisaram ser refeitas depois de enxurradas. Com a conclusão dos trabalhos, a estrutura receberá uma camada de tinta antipichação, similar à que o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) está aplicando em 12 viadutos da cidade e no Monumento ao Laçador. A diferença é que a tinta da ponte será fosca e incolor para preservar as características originais. 

(Correio do Povo, 16/12/2007)