Tinta especial protegerá o Laçador de novos atos de vandalismo
A estátua símbolo da alma gaúcha deverá ganhar na manhã de hoje uma espécie de poncho antipichação. Para evitar novos atos de vandalismo, será aplicada no Laçador, na Capital, uma tinta especial para protegê-lo.
Às 9h30min de ontem, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) removeram os riscos feitos por pichadores na terça-feira na base da estátua. Com jatos de tinta e um escovão, três funcionários da prefeitura limparam as marcas do vandalismo.
- Não foi difícil a remoção, pois havia um cimentinho em volta da base da estátua. A tinta não aderiu totalmente. Com os jatos de água, a base ficou danificada, porque saiu um pouco da pintura original - explicou o engenheiro Marcelo Hoffmann, responsável técnico pela equipe de revitalização do DMLU.
Para preparar a área que receberá a tinta antipichação, foi feito um trabalho de higienização da superfície e a aplicação de um selador especial, que deixou a base da estátua provisoriamente branca. Como era necessário esperar 24 horas para secar o selador, o trabalho será concluído na manhã de hoje, com a pintura especial em cor de concreto. Segundo o diretor-geral do DMLU, Mário Moncks, o custo da restauração é estimado em R$ 550.
Estuda-se ainda aplicar a proteção no corpo da estátua. Por se tratar de um patrimônio histórico, a medida depende de aprovação da Equipe de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (EPHAC) da Secretaria Municipal da Cultura.
- Esperamos autorização para passar o verniz incolor em toda a estátua. Mas isso aqui é o cartão de visita de Porto Alegre, tinha de ser limpo imediatamente - disse Moncks.
Na terça-feira, o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, afirmou que não havia previsão de realização da restauração do Laçador, por falta de verbas.
- Antes eu não sabia onde exatamente tinha sido feita a pichação. Se tivesse atingido a estátua em si, a obra seria mais complicada, porque se trata de um patrimônio tombado. Como era só a base, o DMLU pôde fazer - explicou o secretário.
Até outubro de 2008, a tinta antipichação será aplicada em 12 viadutos da Capital pelo DMLU. Dois deles já foram revitalizados - o Dom Pedro I, no cruzamento entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua José de Alencar, e o Açorianos, na esquina da Borges com a Perimetral. O custo total do projeto é de R$ 815 mil.
(Zero Hora, 14/12/2007)