A apreensão de 450 caturritas no mês de novembro em Pantano Grande, no Vale do Rio Pardo, provocou um surto de psitacose no Estado, doença do papagaio que causa uma pneumonia atípica.
Pelos menos 23 gaúchos estão com os sintomas da bactéria transmitida por aves. A transmissão se deu durante a operação realizada no dia 28 de novembro, quando quatro pessoas foram presas em dois Fuscas transportando ilegalmente filhotes de animais silvestres.
Quatro soldados do 2º Pelotão Ambiental do Vale do Rio Pardo, que trabalharam na operação, começaram a sentir febre, dores no corpo e náuseas. Foi então que entraram em contato com a equipe do Hospital de Clínicas Veterinárias da Ufrgs, para onde os animais haviam sido encaminhados, e obtiveram a informação que outras pessoas estavam com os mesmos sintomas.
Os soldados do Vale do Rio Pardo permanecem em observação. Um soldado do Pelotão Ambiental de Torres também foi atingido pela bactéria. Em Porto Alegre, 18 professores e funcionários da Ufrgs, que analisaram as aves antes de serem encaminhadas a zoológicos da região Metropolitana, apresentam os sintomas da doença.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre, embora controlada, a situação pode ser considerada um surto. 'As pessoas estão sendo medicadas com antibióticos, mas felizmente nenhuma apresenta caso grave', disse Carla Vargas, médica veterinária da Equipe Epidemiológica da Vigilância em Saúde da SMS. Porém, a doença pode evoluir para uma epidemia.
Segundo Carla, a transmissão se dá por via respiratória, sendo que a contaminação ocorre durante o contato do homem com dejetos de aves confinadas por muito tempo. 'Dificilmente a contaminação passa de uma pessoa para a outra', tranqüilizou a médica veterinária da SMS.
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Correio do Povo, 14/12/2007)