Milhões de pessoas correm o risco de enfrentarem doenças como a malária e a diarréia em um mundo mais quente e assolado por ondas de calor e falta d'água, disse na quinta-feira (13/12) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Especialistas em questões climáticas afirmam que as temperaturas e as ondas de calor farão aumentar o número de mortes relacionadas com o calor, ao passo que uma maior concentração de ozônio decorrente da poluição se traduzirá em um número maior de pessoas sofrendo de doenças cardiorrespiratórias.
Um mundo mais quente significaria ainda a disseminação de doenças patogênicas transmitidas por insetos como a malária e a dengue. "Alguns dos males que mais provocam mortes possuem uma íntima relação com o clima", disse, na conferência do clima realizada em Bali, Maria Neira, diretora da área de saúde pública e meio ambiente junto à OMS.
"Estamos preocupados com a subnutrição relacionada com a escassez de produtos agrícolas, estamos preocupados com a diarréia decorrente da falta d'água e de redes de esgoto, e estamos preocupados com um aumento dos casos de dengue e malária e com o surgimento dessas doenças em áreas onde antes estavam ausentes", afirmou.
Neira afirmou durante a conferência que um aumento na temperatura média de 1 grau Celsius significaria um aumento de 8 por cento no número de casos de diarréia. As mudanças climáticas também devem fazer crescer entre 50 e 60 por cento a parcela da população mundial exposta à dengue.
O encontro realizado em Bali, de 3 a 14 de dezembro, sob o comando da Organização das Nações Unidas (ONU), pretende dar início a um processo de dois anos de negociação ao final dos quais o mundo assinaria um novo pacto de combate às mudanças climáticas.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 14/12/2007))