Diante das criticas na maior conferência climática já realizada, os Estados Unidos insistiram nesta quarta-feira (12) que foram tomadas medidas contra o aquecimento global e que muitas de suas ações são para produzir energia eficiente e limpa não são noticiadas e conhecidas pelo mundo. A delegação americana que participa da Conferência do clima realizada em Bali, Indonésia, afirmou que os EUA já gastaram mais do que qualquer outro país.
Segundo o presidente do Conselho de Ambiente da Casa Branca, Jim Connaughton, cerca de US$ 37 bilhões foram gastos desde 2001 para conter atividades que prejudicam a mudança do clima e está trabalhando para incentivar o uso de tecnologias limpas e ajudar nas negociações para um acordo na futura substituição do Protocolo de Kyoto em 2012.
"Somos tão sérios nesta questão que pretendemos que as negociações para um novo protocolo sejam concluídas até o final de 2009", disse Connaughton durante sua apresentação em Bali. "Estamos tão envolvidos que nossos maiores investimentos são em tecnologias que precisaremos amanhã, como a produção de energia com a queima de carvão com baixa emissão de poluentes e como produzir veículos com baixas emissões".
Desde que a conferência começou, na semana passada, os EUA adotaram uma postura defensiva por oposição a qualquer menção a provas científicas da necessidade de reduzir de 25 a 40% (sobre os níveis de 1990) as emissões de gases do efeito estufa até 2020. A União Européia e outros governos afirmam que essa redução é baseada em estudos e que a medida é necessária para controlar o aquecimento global.
Washington afirma que não quer prejudicar as negociações e que existem outras opções para reduzir as emissões, opinião contrariada por ambientalistas, que afirmam que a apresentação americana - que incluiu a promoção da eficiência energética por meio da energia nuclear, renovável e biocombustíveis - falhou ao não incluir a redução necessária nas taxas de emissão.
As negociações preliminares de Bali devem ser concluídas na sexta-feira ou na madrugada de sábado. Os encontros anuais da ONU sobre clima habitualmente têm discussões exaustivas, que atravessam a noite.
A ONU quer que o novo tratado esteja definido até 2009 para que os Parlamentos tenham três anos para ratificá-lo e para que empresas e governos do mundo todo tenham tempo para se adaptar às novas regras, que provavelmente exigirão bilhões de dólares em investimentos diversos, como painéis de energia solar e turbinas para substituir o carvão por vento em termoelétricas.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 13/12/2007)