Porto Alegre (RS) - Cerca de cem integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) protestaram, na tarde de terça-feira (11/12),em frente ao prédio do Ministério do Trabalho em Caxias do Sul, na Serra gaúcha. As famílias reivindicam a criação dos 40 mil postos de trabalho no setor de reciclagem de material prometidos pelo governo federal em 2006, durante mobilização dos catadores em Brasília. Para isso, foi destinada uma verba de R$ 175 milhões já aprovada no orçamento federal, mas que ainda não foi investida.
Os catadores também têm uma pauta municipal, em que reivindicam uma parceria com a prefeitura de Caxias do Sul. De acordo com a Lei de Saneamento Básico aprovada no início do ano pelo governo federal, as prefeituras podem contratar associações e cooperativas, sem licitação, para o trabalho de coleta de lixo. Em troca, as organizações ganham um valor como subsídio pelo trabalho de preservação de meio ambiente. É o que explica Fagner Antônio, da coordenação estadual do Movimento Nacional dos Catadores.
"Pra nós, a importância desse subsídio é o reconhecimento, de fato, do trabalho que a gente realiza, tanto de preservação do meio ambiente como de limpeza urbana. E esse subsídio está respaldado por uma lei que a gente conseguiu modificar na legislação do saneamento básico no início deste ano, negociando com o comitê interministerial que foi criado a partir de uma mobilização que realizamos em Brasília em 2006", diz.
As famílias foram recebidas pela prefeitura de Caxias na parte da manhã, depois de realizarem um protesto em frente ao prédio. Ficou encaminhado que será formada uma comissão com as associações de catadores e prefeitura que deve se reunir no próximo dia 27, para tratar da parceria e do valor do subsídio.
Em Caxias do Sul existem nove associações e cooperativas de catadores, que recolhem o lixo reciclável, separam e prensam o material, para depois ser comercializado. Todas as organizações estão na periferia da cidade. Alguns galpões de reciclagem sofrem com a infra-estrutura precária, em que há problemas de instalação de luz trifásica e legalização do terreno.
(Por Raquel Casiraghi,
Agencia Chasque, 11/12/2007)