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doença degenerativa poluição urbana poluição e saúde
2007-12-13
Uma pesquisa inédita realizada no Rio Grande do Sul indica que o ar poluído das metrópoles contribui para o surgimento de doenças neurodegenerativas, que afetam principalmente a coordenação motora e a memória. O estudo, desenvolvido como tese de mestrado, observou o comportamento de ratos expostos durante 30 dias à inalação forçada de poluentes coletados da chaminé de uma indústria da região metropolitana de São Paulo. A análise comprovou que as partículas ultrafinas oriundas da queima de combustíveis fósseis penetraram pelo nariz dos animais expostos e atingiram o cérebro, deixando-os mais lentos que as cobaias não expostas à poluição.

“Já se sabe que as toxinas da contaminação do ar alcançam os pulmões, causando problemas cardiorespiratórios e crises em alérgicos e asmáticos. Mas a descoberta foi a comprovação de que o material particulado inalável consegue atingir as estruturas mais profundas do cérebro associadas ao comportamento”, esclarece a pesquisadora que atualmente é doutoranda de Fisiopatologia Experimental da Universidade de São Paulo (USP), Ana Claudia Tedesco Zanchi.

Durante a análise bioquímica no laboratório, Ana Claudia identificou morte celular em duas regiões cerebrais: o músculo estriado (responsável pela motricidade) e o hipocampo (relacionado à memória), que sofreram um processo de lipoperoxidação, isto é, a oxidação dos lipídeos pelo excesso de radicais livres. Essas moléculas altamente reativas se formam naturalmente no organismo, mas em grandes quantidades danificam e matam as células, acelerando o envelhecimento e deixando o indivíduo suscetível a doenças.

“A segunda capital mais poluída do País”
Segundo a pesquisadora, um dos principais causadores da diminuição dos movimentos foi a concentração de Ferro (Fe) na amostra de poluição padronizada em pó (45%) aspirada pelos 'ratos poluídos’. Ana Claudia utilizou uma solução de 20 microgramas por metro cúbico de ar (µg/m3) de material particulado inalável, próximo ao nível encontrado na cidade de Porto Alegre, que é de 22,25 µg/m3. No entanto, o padrão ideal, de acordo com o documento das Diretrizes de Qualidade do Ar da Organização Mundial da Saúde (OMS), é manter níveis de material particulado abaixo de 20 microgramas por metro cúbico para evitar efeitos danosos à saúde.

Estas partículas microscópicas ficam suspensas no ar e são geradas nos processos de combustão industrial e veicular, ou ainda de maneira indireta, através da reação de outros poluentes gasosos, como óxido de nitrogênio, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos e amônia. Os principais malefícios deste poluente são as insuficiências respiratórias, doenças cardiopulmonares e cardiovasculares. Além disso, o material pode danificar a flora e contaminar o solo. Em Porto Alegre um dos pontos de maior concentração fica nas proximidades da Estação Rodoviária no Centro da Capital, devido ao intenso tráfego de carros e ônibus todos os dias.

Neste caso, quanto menor for a partícula, maior o poder de penetração e maiores os danos causados à saúde humana. “É assustador o resultado. A capital gaúcha só perde para São Paulo no País, que tem 33 microgramas/m3 de ar”, avalia Ana Claudia, que realizou o estudo sob a co-orientação da professora adjunta do Departamento de Farmacologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, Claudia Ramos Rhoden, e orientação do coordenador do Laboratório da Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, Paulo Saldiva.

Na continuação do trabalho, que está sendo aprofundado no doutorado, a pesquisadora vai tentar descobrir a relação entre problemas de memória e déficit de atenção com ratos expostos à poluição desde a fase intra-uterina, o pós-natal até a idade adulta, mas desta vez, utilizando o ar que os porto-alegrenses respiram. “Vamos saber quanto desta poluição que nós respiramos afeta o comportamento das crianças em idade tenra”, coloca Ana Claudia.

A pesquisa, que conta com financiamento da USP e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep), será apresentada à Secretaria Estadual da Saúde e Meio Ambiente no próximo ano. “Apesar dos resultados, Porto Alegre ainda têm solução. Basta fazer uma mudança de hábitos, como dar carona ou utilizar com mais freqüência o transporte coletivo. É uma questão de consciência ambiental para se viver bem em sociedade”, propõe a pesquisadora.

(Por Adriana Agüero, AmbienteJÁ, 11/12/2007)

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