Representantes de China e Índia afirmaram nesta quarta-feira que a luta contra a mudança climática deve ser liderada pelos países industrializados. Para estas duas nações, eles seriam os principais causadores do problema que acaba afetando principalmente os Estados em desenvolvimento.
Os países emergentes "são inocentes em suas responsabilidades em relação à mudança climática, mas são os mais vulneráveis ao seu impacto", disse o vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (principal órgão regulador da China), Xie Zhenhua, na 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada em Bali.
Para ele, os países ricos não podem lutar contra o problema sozinhos, já que este é muito abrangente. Por isso, cada nação deveria assumir sua responsabilidade e contribuir para frear o aquecimento global.
O objetivo da China, explicou Xie, é implementar mecanismos que permitam enfrentar a questão e ajudar à adaptação, dotação de recursos financeiros e transferência de tecnologia para os países em vias de desenvolvimento, para que seja possível obter resultados concretos até 2010.
O ministro de Ciência e Tecnologia indiano, Kapil Sibal, pediu aos países ocidentais mais recursos e disse que na Índia os efeitos da mudança climática são refletidos nos desastres naturais e em outros riscos ligados ao aumento do nível do mar.
Sibal afirmou que as economias mais fortes devem ter os maiores compromissos de redução de seus níveis de emissão de CO2 (dióxido de carbono), e lembrou que a Índia tem uma das menores taxas de emissão de gases poluentes per capita do mundo.
A reunião ministerial da 13ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que vai até sexta-feira (14), deve estabelecer o marco das negociações que começarão em 2008 para instituir as bases de um novo pacto que deve entrar em vigor em 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.
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Folha Online, 12/12/2007)