O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu ontem (12/12) adotar um conjunto de medidas para reduzir em cerca de 1.000 MW médios a geração de energia das hidrelétricas da região Nordeste. A idéia é poupar os reservatórios da região, que estão atualmente operando com apenas 27% da capacidade. No caso da usina de Sobradinho, uma das principais da região, a situação é ainda mais grave: o reservatório está com 12% do volume total.
Para substituir essa energia, o CMSE determinou três medidas, que entrarão em vigor a partir do próximo final de semana. A primeira é o aumento da transferência de energia das regiões Sudeste/Centro-Oeste dos atuais 1.000 para 1.300 MW médios.
Outra decisão será a transferência de 200 a 300 MW médios da energia de Tucuruí, no Pará, para o Nordeste. A terceira medida é o acionamento de seis termelétricas do Nordeste, que produzirão de 500 a 600 MW médios. Serão três usinas a gás (Fafem, Termobahia e Termopernambuco).
O secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ronaldo Schuck, explicou que a Petrobras já está fornecendo gás para a região, acima do que está previsto no acordo firmado entre a estatal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Por conta disso, as outras três termelétricas a serem acionadas terão que ser movidas a óleo (Camaçari, Termobahia 2 e TermoCabo).
Apesar da situação preocupante, Schuck descartou o risco de racionamento de energia na região Nordeste. "Não há risco de racionamento no Nordeste", declarou. "O limite de segurança da região prevê que o nível médio dos reservatórios pode chegar até a 10%."
Segundo o secretário, com essas medidas o nível da água deve parar de cair. Com o início das chuvas, o governo espera o início da recuperação dos reservatórios a partir do final de dezembro. Ele lembrou que, no ano passado, o País passou por situação semelhante devido à seca ocorrida na região Sul, o que acabou demandando a transferência de energia do Sudeste.
Schuck observou ainda que o acionamento das térmicas do Nordeste provocará uma elevação no custo da energia. Mas, segundo ele, esse aumento não será significativo, nem sentido pelo consumidor no curto prazo. "Esse aumento será diluído entre todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional."
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A Tarde, 12/12/2007)