O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, pediu nesta quarta-feira na abertura da reunião ministerial da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática que os países industrializados assumam compromissos concretos sobre essa questão.
Segundo Amorim, é hora de os países ricos "deixarem de argumentar e darem o exemplo".
"É muito preocupante que alguns países desenvolvidos não estejam cumprindo os alvos de Kyoto e que o maior emissor ainda rejeite se unir ao protocolo", afirmou o ministro brasileiro.
A posição de Amorim foi compartilhada pelos outros países da América Latina, que pediram nesta quarta, em evento realizado em Bali, um maior compromisso das nações industrializadas no combate à mudança climática.
A ministra do Meio ambiente do Chile, Analya Uriarte, chegou a pedir que tenham início medidas que façam com que os Estados Unidos assumam sua parte de responsabilidade no aquecimento global.
Os países latino-americanos que participaram desta reunião lembraram que as nações industrializadas têm a maior parte da culpa pelo aquecimento do globo e que, como conseqüência, devem prestar auxílio aos menos favorecidos, que sofrerão os efeitos do fenômeno de forma mais dura.
Idéias Os pedidos de um regime pós-Kyoto baseado no princípio de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", e a exigência de fundos para enfrentar os impactos que o novo clima terá sobre os países e para conseguir reduzir as emissões, foram idéias que apareceram nos discursos dos ministros da América Latina diante das delegações de cerca de 190 países reunidas em Bali.
O ministro de Meio ambiente da Colômbia, Juan Lozano Ramírez, pediu mais recursos para o regime de adaptação e o aumento da transferência de tecnologia para as nações mais pobres.
Cerca de 130 ministros discursam entre hoje e amanhã no plenário da Conferência, que tem como objetivo estabelecer uma estratégia para alcançar em 2009 um acordo internacional contra a mudança climática que terá início em 2012, quando chega ao fim a primeira fase do Protocolo de Kyoto.
Os compromissos firmados em Bali determinarão as possibilidades de que nos próximos anos se aproximem as posições defendidas por cerca de duzentos países com economias muito diferentes e que sofrerão de formas muito diferentes as conseqüências do aquecimento do planeta.
(
Folha Online, 12/12/2007)