Representantes do Ministério da Saúde apresentaram nesta quarta-feira (12/12), durante a 10ª Assembléia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, dados de uma nova pesquisa que mostram queda de 15,6% no número de casos de malária nos estados onde ela é incidente, os nove que fazem parte da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão (parte do estado).
Entretanto, a dengue, incidente em todo o país, cresceu 58,37% neste ano.
Para o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta Júnior, é necessário haver uma conjugação entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde - municípios, estados e o Ministério da Saúde - para garantir a sustentabilidade das ações durante todos os dias do ano.
“É também é muito importante que haja empenho da população. O Ministério da Saúde fez uma pesquisa que mostra que 90% da população conhece [como ocorre] a transmissão da dengue, sabe [quais são] os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti. Entretanto 55% afirmaram que não adotam medidas [de prevenção] na sua casa porque acham que o vizinho não vai fazer [o mesmo]”, disse.
Segundo o documento apresentado aos secretários de Saúde, alguns fatores são determinantes para a disseminação da dengue no Brasil. Entre outros fatores, a pesquisa aponta o aumento da densidade populacional nas áreas urbanas (hoje, 81% da população), o aumento da produção de lixo com destino inadequado e as diferenças regionais na oferta de água regular pelas regiões do país.
Um dado que chama a atenção no levantamento é que 35 mil pessoas por mês viajam entre a capital do Amazonas, Manaus, e a Venezuela, o que aumenta o risco da entrada da dengue tipo 4 no país – é a forma mais perigosa da doença e já está presente nos países vizinhos ao Brasil.
Pimenta Júnior informou que o Ministério da Saúde está implantando o monitoramento viral: “São pessoas que estão com sintomas compatíveis com a dengue e se coleta o sangue dessas pessoas enquanto o vírus está circulando para fazer o isolamento viral. Assim, é possível detectar precocemente a entrada do vírus e intensificar as medidas de controle e evitar sua expansão rápida pelo país”, detalhou.
Ele atribuiu a redução no número de casos de malária a várias ações do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais e municipais, que deram prioridade ao controle da doença, que tem 99% dos casos na região amazônica.
No entanto, para ele, a população também deve colaborar para evitar a expansão da doença. “O que ocorre, muitas vezes, é que passam os dois primeiros dias da febre, e a pessoa acha que está curada. É importante que ela leve o tratamento até o final”, ponderou.
(Por Morillo Carvalho, Agência Brasil, 12/12/2007)