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eucalipto no pampa
2007-12-12
Mesmo sem nunca ter tido um relacionamento harmonioso, as empresas de celulose e papel, por meio da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), querem discutir a relação com as ONGs ambientalistas e movimentos sociais. A revelação é da presidente da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes, durante entrevista coletiva realizada ontem (11/12) em São Paulo.

A executiva lembra que se assustou quando viu, neste ano, uma mega-manifestação do MST na Alemanha. "Foi ali que percebi que precisávamos endurecer com essas entidades", afirmou a presidente que assumiu a Bracelpa em setembro deste ano.

A estratégia das empresas será a de pressionar os parlamentares da CPI das ONGs, no Senado Federal. Segundo o presidente do Conselho da Klabin e ex-presidente da Bracelpa, Horácio Lafer Piva, o objetivo é trazer à tona a origem dos recursos das ONGs. "Há muitas entidades sérias que já prestaram diversos bons serviços, mas também há aquelas que têm interesses escusos motivadas por recursos financeiros internacionais", diz.

Antes de partir para o enfrentamento, Piva salienta que é necessário identificar quais são as organizações que se opõem à Silvicultura por desinformação e quais seriam as ancoradas em meros discursos ideológicos. "Queremos saber por que elas existem, quem são, e de onde buscam seus recursos", afirma.

Elizabeth admitiu ainda que a relação com os opositores será o maior desafio do setor em 2008. A presidente da Bracelpa elegeu os quilombolas como o primeiro alvo a ser combatido. Segundo ela, está mais do que na hora de se regulamentar essa questão. "Ninguém está dizendo que ignoramos as necessidades da sociedade. Nossa indústria é 85% nacional, portanto conhecemos a realidade. Estamos pedindo apenas para tratar do problema e não fugindo dele", afirma.

A executiva diz que a questão dos quilombolas pode representar um avanço da discriminação no Brasil. De acordo com ela, quando se começa a dividir a população em segmentos através de decretos, se começa a fomentar diferenças. "Abre-se a discussão para a discriminação", acredita.

Rio Grande do Sul
Sobre os projetos da Aracruz Celulose, Votorantim Celulose e Papel e Stora Enso em solo gaúcho, a presidente da Bracelpa, reforça a intenção dessas empresas em permanecer no Rio Grande do Sul, mesmo os recentes imbróglios com a Justiça em torno da competência do licenciamento ambiental e a oposição de entidades ambientalistas. "Elas vieram para ficar", diz Elizabeth, que pretende acompanhar pessoalmente as audiências públicas das papeleiras neste mês pelo interior do Estado.

Ela comemorou a decisão da desembargadora federal Silvia Goraieb, de derrubar a liminar da Vara Ambiental, Agrária e Residual de Porto Alegre, que proibia o governo estadual de licenciar os plantios florestais no Rio Grande do Sul. "Entendemos que apenas se cumpriu o que diz a lei nesses casos".

Eucalipto não é floresta
Alinhado com a presidente, o gerente de Florestas da International Paper, Armando Santiago, fez questão de combater o que chamou de "mitos que insistem em permanecer vivos na cabeça de alguns". De acordo com o engenheiro florestal, o eucalipto não pode ser condenado simplesmente por ser uma árvore exótica, por exemplo. "Se pensarmos desse modo, deixaríamos de comer bananas e açaí", justificou. Santiago também falou sobre a polêmica do uso da água pelo eucalipto. Disse não entender porque esse mito resiste, uma vez que já teria sido comprovado há muito tempo que se trata de uma inverdade cientifica. "Isso é uma baboseira porque o eucalipto é uma das espécies mais eficientes no uso da água", afirma.

Em alguma coisa, o engenheiro da International Paper, multinacional norte-americana, concordou com ambientalistas. Para ele, plantação de eucaliptos não pode ser chamada de floresta. "São Unidades de Produção de Fibras", decreta. As florestas nativas, explica, têm motivos conservacionistas e, embora, as plantações de eucalipto sejam mais eficientes na conservação marginal (ao redor) que outras culturas, elas não têm essa finalidade.

Outra crítica lembrada pelo engenheiro foi a de que o eucalipto provoca concentração de renda. Segundo ele, não há outro meio mais eficiente em geração e distribuição de renda do que a proporcionada pela Silvicultura. Defendeu que 25% de toda terra plantada está nas mãos de pequenos proprietários rurais e que, com isso, não há concentração e sim o contrário. "A tendência de descentralização dos plantios é presente em todos os projetos pela país", garante.

Setor comemora crescimento
Mesmo com MST, ambientalistas, quilombolas e indígenas pegando no seu pé, a indústria da celulose e papel tem motivos para comemorar. Encerrou 2007 com produção de 11,8 milhões de toneladas de celulose, conforme dados fornecidos pela Bracelpa, que congrega 220 empresas em 17 estados. Com este resultado, o setor registrou crescimento de 5,5% em relação às 11,1 milhões de toneladas de celulose produzidas em 2006..

Com aumento de 2,8% em relação ao ano anterior, os números de papel são mais modestos. Conforme a Bracelpa, as empresas fecham o ano com a fabricação de 8,97 milhões de toneladas de papéis de todos os tipos, volume que supera as 8, 7 milhões de toneladas do ano passado. Com este desempenho, a balança comercial do setor de papel e celulose fechará com um saldo positivo de US$ 3,3 bilhões, receita 14,6% maior que os US$ 2,8 bilhões em divisas obtidas em 2006.

(Por Carlos Matsubara, Ambiente JÁ, 12/12/2007)

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