A extensão do derretimento do manto de gelo na Groenlândia em 2007 superou em 10% a de 2005 e foi a maior registrada desde o início do monitoramento via satélite, em 1979, afirmou nesta terça-feira (11) a Universidade do Colorado (Estados Unidos).
Um estudo dirigido por Konrad Steffen, cientista da universidade e diretor do Instituto Cooperativo para a Pesquisa em Ciências Ambientais (Cires, na sigla em inglês), concluiu que o derretimento aumentou em 30% na parte ocidental da Groenlândia entre 1979 e 2006. Segundo Steffen, os anos com maiores índices de derretimento foram 1987, 1991, 1998, 2002, 2005 e 2007.
As temperaturas no manto de gelo da Groenlândia subiram quase sete graus Fahrenheit desde 1991 (cerca de 4ºC), o que para o cientista é resultado principalmente do aumento da concentração dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera terrestre. Steffen apresentou sua pesquisa durante uma reunião da União Geofísica dos Estados Unidos na cidade de San Francisco, costa oeste do país.
Sua equipe usou dados obtidos pelo sistema de imagens geradas por um sensor especial de microondas do Programa de Satélites de Meteorologia do Pentágono transferidos por meio de satélites militares e meteorológicos para a elaboração de um mapa da área de derretimento. Também foram medidos com esse sistema o derretimento rápido e a aceleração do movimento de gelo para dentro do oceano nas margens da Groenlândia.
Steffen mantém uma rede de monitoramento climático com 22 estações no manto de gelo da Groenlândia. Tal estrutura transmite dados via satélite a cada hora para a Universidade do Colorado, para que a camada de gelo da área seja estudada. Apesar de esta cobertura de gelo estar ficando mais espessa em áreas mais altas devido a uma maior quantidade de nevascas, esse ganho acaba sendo superado especialmente pela perda de massa causada pelo derretimento e pelo desprendimento acelerado das geleiras no litoral.
"O volume de gelo perdido pela Groenlândia no ano passado é equivalente ao dobro de todo o gelo dos Alpes", afirmou Steffen.
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Agência G1, 11/12/2007)