Líder do movimento dos Atingidos diz que hidrelétricas no Madeira causarão crescimento temporário
hidrelétricas do rio madeira
2007-12-12
O coordenador do Movimento dos Atingidos pelas Barragens de hidrelétricas, Walber Ferreira Lopez, em entrevista na segunda-feira, 10/12, concedida ao jornalista Arimar Souza de Sá, no Programa Hora do Povo, da Rádio Rondônia, foi categórico em afirmar que as Usinas do Madeira são uma triste ilusão para quem acredita que sejam a solução para o levante sócio-econômico da região.
Para ele, o progresso com as obras será apenas temporário, e tão logo o boom da construção da mega obra passe, Porto Velho entrará em colapso vivenciando uma crise jamais experimentada, como inchaço nos hospitais, no trânsito, na segurança pública dentre outros.
Walber aproveitou para alertar que construções do tipo Jirau e Santo Antônio, já deixaram mais de um milhão de desabrigados no País. Disse ainda, que quem ganha com renda gerada com o projeto será o capital financeiro internacional, que lucrará as expensas do sofrimento da população local, tendo em vista que a cidade de Porto Velho não está preparada, nem com a infra-estrutura mínima para receber um empreendimento da envergadura proposta, cuja obra já foi até licitada.
O líder social protestou contra as Usinas e, principalmente, contra o modelo energético adotado. Ele acha que o Brasil está em processo de retrocesso, já que, segundo ele, as usinas já existentes, poderiam ser reabilitadas e repontencializadas para garantir a demanda energética em Rondônia e demais regiões.
"O modelo energético não é bom e somente serve ao capital estrangeiro preocupado em vender turbinas e revender energia para as grandes empresas, enquanto que o povo terá que arcar com o consumo de energia muito caro, e sem beneficio algum, traduzido em obras sociais e do tipo", finalizou Walber.
(Rondonoticias, 11/12/2007)