Embora estátua, símbolo da Capital, não tenha sido atingida, mureta e pedestal ficaram com marcas
O símbolo de Porto Alegre – cartão-postal da Capital dos gaúchos – não escapou dos vândalos. Por sorte, a estátua para a qual o folclorista João Carlos Paixão Côrtes posou em 1954, quando tinha 26 anos, foi poupada. No entanto, o pedestal e uma das muretas da Coxilha do Laçador foram pichados na madrugada de ontem. 'O que fizeram é repudiável. Desrespeitaram o símbolo de uma cidade', frisou Côrtes. 'Sou um zelador desta obra e exijo que seja respeitada', complementou. O folclorista lamentou ainda que ninguém tenha testemunhado a ação dos pichadores. 'Estou indignado com este ato reprovável', acrescentou.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, providenciou registro de ocorrência policial e encaminhará um pedido de abertura de inquérito ao Ministério Público. De acordo com ele, a pichação é crime previsto no Código Penal e na Lei dos Crimes Ambientais. 'Na legislação ambiental, a pena é agravada se os danos atingirem um patrimônio histórico e cultural, como no caso do Laçador', explicou Moesch.
Neste ano, 116 pichadores já foram presos em Porto Alegre. Segundo o secretário, existem mais de 200 monumentos ao ar livre distribuídos pela cidade. Desses, 70% já foram alvo de vandalismo. 'Seriam necessários R$ 2 milhões para recuperação e higienização das obras', calculou. Moesch, porém, admite que a prefeitura não dispõe de previsão orçamentária com esta finalidade e que muitas das revitalizações ocorrem mediante parcerias via SOS Monumenta. Ele lamentou que empresários destinem tão pouco a monumentos por meio das leis de Incentivo à Cultura do Estado e Rouanet. 'Temos um projeto com a Secretaria Municipal da Cultura para obter recursos desde 2005 aguardando apoio', lembrou.
(Correio do Povo, 12/12/2007)