O ministro da Justiça, Tarso Genro, determinou ontem (11/12) um levantamento completo da atuação das Organizações Não-Governamentais (ONGs) na Amazônia brasileira. O objetivo é combater a biopirataria, impedir a exploração ilegal de recursos naturais e reprimir agressões à soberania nacional, problemas que, segundo ele, estariam ameaçando a região com a colaboração de ONGs custeadas por interesses estrangeiros e grupos econômicos ou religiosos. "A ação das ONGs não pode ser espaço disponível à ação de aventureiros", disse.
Ele informou que o levantamento começará imediatamente e terá o auxílio da Polícia Federal (PF), devendo estar pronto em 90 dias. O resultado vai subsidiar um projeto de lei, a ser enviado até julho ao Congresso, que criará um estatuto especial para regular a atuação dessas entidades na Amazônia. "Temos informações de que algumas delas estão lá para colher dados da floresta ilegalmente, fazer tráfico com a nossa diversidade e levar para fora do País informações das nossas riquezas minerais."
Levantamento da inteligência do Exército revelou que cerca de 100 mil ONGs atuam hoje sem controle na região. Algumas seriam patrocinadas por órgãos de inteligência de outros países. Segundo o ministro, por falta de legislação, estariam ocorrendo distorções de toda ordem. "Essas entidades trabalham sem fiscalização, não se sabe fazendo o que e a serviço de quem. Que tem deturpação, tem", afirmou Genro.
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A Tarde, 11/12/2007)