Os índios cinta larga libertaram ontem (11/12) os cinco reféns detidos desde sábado (08/12) na Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia. O comissário das Nações Unidas (ONU) David Martins Castro e o procurador da República Reginaldo Pereira, que estavam entre as pessoas detidas, seguiram de helicóptero e acabaram de chegar a Cacoal, no interior do estado. Outros dois funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) são transportados de carro.
Desde o início da tarde, o presidente da Funai, Márcio Meira, negociava com os Cinta Larga. Em troca dos reféns, os índios reivindicavam uma pauta de dez itens. Entre eles, o fim da exploração de diamantes na Terra Indígena Roosevelt e projetos de desenvolvimento sustentável para fornecer alternativas de sobrevivência a população.
De acordo com o presidente da Funai, a questão da extração de pedras será tratada por um Grupo de Trabalho que será criado até janeiro de 2008. “Vamos instituir um grupo específico para liderar junto com os Cinta Larga desse processo, que terá solução a médio e a longo prazo. Sabemos que existe uma mina de diamantes dentro da terra indígena que precisa de um tratamento especial”.
Ainda segundo o presidente da Funai, está marcada para a próxima semana uma audiência com cinco representante dos Cinta Larga e o ministro da Justiça, Tarso Genro. “Aquelas reivindicações específicas que não são só de responsabilidade da Funai vamos dar encaminhamento através de uma comissão que já tem audiência marcada.”
O procurador da República, Reginaldo Pereira, que foi libertado pelos Cinta Larga, disse que não foi agredido ou maltratado e entende o motivo de seu seqüestro. “Foi a única forma que eles [Cinta Larga] encontraram de serem ouvidos pelo governo federal e pela Funai. Esperamos que isto seja o recomeço de um trabalho”.
(Por Isabela Vieira,
Agência Brasil, 11/12/2007)