“Queremos criar um clima positivo entre os países". A afirmação foi feita nesta terça-feira (11/12) pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, depois de anunciar que convidou 15 países para um café da manhã nesta quarta-feira (12/12).
Entre os convidados estão os Estados Unidos, nações da União Européia, Índia e China, grandes protagonistas das negociações globais do futuro regime de mudanças climáticas que sucederá o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.
"O objetivo é aproximar o diálogo. As negociações não se encerram aqui[em Bali], temos que nos acostumar, trabalhar com uma geometria variável", afirmou.
Para o ministro, o "senso de urgência" da 13ª Conferência da Partes sobre o Clima (COP-13), que termina na próxima sexta-feira (14/12), não pode criar uma "atmosfera de confrontação" entre os países.
"Temos dois anos e não dois dias", afirmou, em referência ao prazo que deverá ser estabelecido no Mapa do Caminho, roteiro que provavelmente sairá da reunião de Bali para a negociação do documento que sucederá o Protocolo de Kyoto até 2009.
Amorim adiantou que seu discurso durante a abertura da etapa ministerial da COP, amanhã (12/12), vai enfatizar a posição brasileira contrária a inclusão de mecanismos de mercado como forma prioritária de lidar com a questão de emissões de gases de efeito estufa.
"Mecanismos de mercado são ótimos, devem ser usados, mas não são uma panacéia, não resolvem todos os problemas; as responsabilidades são comuns e diferenciadas mas são também representados de maneira primordial pelos governos e as instituições internacionais".
Hoje, o grupo de trabalho criado para discutir a redução de emissões por desmatamento - um dos principais temas da agenda brasileira em Bali - chegou a um consenso e acordou um texto que será apresentado ao órgão subsidiário de assessoramento técnico e científico da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Na prática, o sucesso nesse acordo estabelece as bases para a negociação internacional do assunto.
"A questão não se encerrou nessa decisão, foi o primeiro passo num tema extremamente complexo. Como estamos tratando de temas técnicos, é necessário muitas vezes que se desenvolvam tecnologias capazes de permitir a formulação de projetos", apontou o subsecretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, chefe da delegação brasileira em Bali, embaixador Everton Vargas.
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 11/12/2007)