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desmatamento
2007-12-11
Uma semana após serem divulgados os números das derrubadas paraenses, interpretados a partir do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), saíram as análises sobre o desempenho de Mato Grosso entre setembro e outubro deste ano. Elaborado pelo Instituto Centro de Vida e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o estudo mostrou que o estado de Blairo Maggi teve comportamento muito semelhante ao vizinho. Enquanto em setembro o desmatamento foi quase o dobro em relação ao registrado em agosto, o de outubro foi menor do que o mês anterior. A diferença, muito pouca, esteve no fato de que no Pará a queda entre um mês e outro foi de 78%. E em Mato Grosso de 23%.

Em números absolutos, setembro registrou 497 quilômetros quadrados de novas florestas derrubadas, e 384 quilômetros quadrados em outubro. De agosto a outubro foram 1.131 quilômetros quadrados de desmatamento, o que representa uma redução de 33% em relação ao desempenho de 2006.

Desde maio, Mato Grosso vinha numa tendência de aumento do desmate em relação aos índices do ano anterior. Chegou a registrar, pelas mesmas avaliações do SAD, crescimento de 200% nas derrubadas entre maio e julho. Mas agora, vem essa inversão. De acordo com o Imazon, entender o que pode ter acontecido com a floresta nesse último período requer mais tempo e trabalho. “Por enquanto, só podemos trabalhar com hipóteses. Uma delas é que talvez o alerta que se deu em maio, junho e julho possa ter influenciado o governo para evitar esse repique de desmatamento”, diz o pesquisador Carlos Souza, do Imazon. “Mas também não podemos achar que necessariamente exista aí uma relação de causa e efeito comparando um trimestre com o outro”, completa. Segundo ele, no próximo ano esse tipo de análise deve vir acompanhada de mais trabalhos em campo que investiguem outros indicadores, para ajudar a compreender melhor as causas desse sobe-desce.

Mas há um ponto chave nesses números relativamente baixos de desmatamento em Mato Grosso. Apesar do estado ter ardido em chamas principalmente em setembro, as queimadas não entraram no cálculo de agosto a outubro. “Existem muitas áreas degradadas com queimadas, além do desmatamento, mas neste boletim não foram reportadas”, lembra Souza. Ele diz que embora em algumas áreas os incêndios florestais tenham sido intensos, como ainda não houve uso da área, o sistema de detecção de desmatamento ainda as não computou.

Pulso frágil
Em setembro, 8% do desmatamento registrado ocorreram em áreas protegidas. Neste mês as unidades de conservação tiveram mais sorte. “Apenas” um quilômetro quadrado derrubado dentro do Parque Nacional do Juruena. Dos 40 quilômetros quadrados desmatados de acordo com o SAD, portanto, 39 deles aconteceram em terras indígenas, principalmente nos territórios Maraiwatsede, Urubu Branco, Manoki e Kayabi. Felizmente, no mês seguinte as terras indígenas não tiveram nem 1% do total desmatado no estado. Em compensação, uma unidade de conservação sozinha foi responsável por todo desmatamento detectado para esta categoria. Foram 8 quilômetros quadrados derrubados em outubro dentro do Parque Estadual do Cristalino, no norte do estado. Onde há muito tempo assentamentos no entorno da unidade de conservação pressionam seus limites, e deputados literalmente brigam por sua redução.

Cerca de 5% do total desmatado em setembro aconteceram dentro de assentamentos de reforma agrária, o equivalente a 27 quilômetros quadrados, com destaques para os projetos de Novo Brasil e Roncador. No mês seguinte, esses números baixaram ligeiramente. Do total desmatado em Mato Grosso, os assentamentos foram responsáveis por 2%.

Na análise por municípios, os pesquisadores concluíram que Itaúba foi o campeão de setembro, por ter derrubado 41 quilômetros quadrados de florestas. Depois veio Nova Bandeirantes e Marcelândia, cidades que já deviam estar cansadas de figurar entre as que mais desmatam no estado. Em outubro, por sua vez, apesar de em números gerais o desmatamento ter caído, Brasnorte, no noroeste de Mato Grosso, extinguiu sozinha com 57 quilômetros quadrados de matas, seguido por Bom Jesus do Araguaia, com 46 quilômetros quadrados, e Itanganhá, com 41.

Apesar desses altos e baixos, uma coisa se mantém inalterada em Mato Grosso: o índice de ilegalidade das derrubadas. Os estudos mostraram mais uma vez que 90% de todo desmatamento detectado no estado em setembro ocorreu à margem da lei. Em outubro esse percentual caiu ligeiramente para 80%, mas ainda assim continua altíssimo. Esses dados mais uma vez colocam em xeque as estratégias de regularização das atividades econômicas no estado e a competência dos governos em ter algum controle sobre quem se dispõe a destruir as florestas.

(Andreia Fanzeres, O Eco, 10/12/2007)



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