O diretor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, disse hoje que os pesquisadores foram surpreendidos com a ocorrência do tremor de ontem, de 4,9 graus na escala Richter, em Itacarambi, no norte de Minas Gerais. Ele também reconheceu que existe a possibilidade de ocorrência de outros abalos da mesma magnitude, mas disse que a princípio essa é uma hipótese "pouco provável". Mas ele fez uma ressalva: "Se futuramente vier acontecer um terremoto de igual magnitude, novamente Caraíbas será a maior afetada".
"Realmente fomos surpreendidos com essa magnitude. Nós, que trabalhamos com isso, não esperávamos. Isso prova que a natureza pode surpreender a todos nós. Nós dificilmente temos controle das coisas que a natureza nos reserva. Os terremotos não são previsíveis", afirmou. Segundo Barros, a ocorrência de novos pequenos tremores "não é de se estranhar". "Após um terremoto dessa magnitude existe uma atividade de réplica pós-abalo que acontece em função do terremoto maior. Porque a terra não se acomoda de uma vez toda e vai se acomodando ao longo do tempo subseqüente."
Em maio deste ano, um tremor de 3,5 graus na escala Richter foi registrado em Araçá, distrito de Januária, que fica próximo aos povoados de Caraíbas e Vargem Grande, na vizinha Itacarambi. Não foram registrados danos materiais ou vítimas, mas o abalo assustou os moradores do local, que deixaram suas casas com medo de desabamentos. Até então, os pesquisadores da UnB acreditavam que este tinha sido o "grande sismo" registrado na região, seguido por tremores menores registrados nos meses seguintes.
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A Tarde, 10/12/2007)