A produção de biocombustíveis ameaça "vestir um santo para desvestir outro" quando se trata do combate às mudanças climáticas globais, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário espanhol La Vanguardia. O jornal observa que os biocombustíveis "são uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo para lutar contra as mudanças climáticas, porque não geram dióxido de carbono (CO2), que é o principal causador do efeito estufa".
A reportagem comenta, no entanto, que "para produzir as enormes quantidades de biocombustíveis que são necessárias começaram a derrubar selvas virgens em muitos lugares do planeta, como Brasil ou Indonésia". Segundo o Vanguardia, isso "cria um outro gravíssimo problema ecológico", pela desaparição dos grandes bosques que funcionam como grandes pulmões para absorver o CO2 da atmosfera.
"Tudo isso além dos graves problemas sociais e da fome que se produzem por causa da substituição dos cultivos", afirma o jornal. O artigo do diário espanhol comenta uma iniciativa da União Européia para exigir que os biocombustíveis vendidos nos países do bloco recebam um selo para atestar que sua produção não foi feita às custas do desmatamento.
Para o jornal, a medida "pode contribuir para atenuar o problema". A reportagem comenta, porém, que "a norma, que entrará em vigor em 2010, somente será realmente efetiva na medida em que se estabeleçam os mecanismos de controle adequados em escala mundial para evitar que cresça o desmatamento no planeta".
(
Uol, 11/12/2007)