A organização não-governamental Global Coral Reef Alliance defende que o Brasil deveria usar as correntes de água na Bacia do Amazonas para produzir energia.
O presidente da ONG, Thomas Goreau, afirmou que isto seria "como ter uma central hidroelétrica sem precisar de uma represa".
Segundo Goreau, o Brasil tem ótimas condições para gerar energia das correntes na Bacia do Amazonas, onde há centenas de anos as tribos indígenas já usavam sistemas rudimentares para aproveitar as fortes correntes do rio.
Esta fonte energética renovável é uma das mais baratas e eficientes, mas até agora praticamente ninguém mostrou um interesse real em sua implementação, e não há um mandato expresso da ONU que peça para os governos a promoverem, indicou Goreau.
Usinas O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê a construção de usinas para a exploração energética por meio de hidrelétricas na Amazônia.
Em uma obra de custo estimado em R$ 9,5 bilhões, a usina de Santo Antônio (RO) --no complexo do rio Madeira-- marca, na visão do governo, a retomada dos grandes projetos na região, segundo noticiou a Folha Online neste domingo.
Nesta segunda (10), o governo abre licitação para construção e operação da usina por três consórcios privados, em parceria com estatais
Projeções oficiais indicam a exploração de pelo menos 43 mil MW na região na próxima década, o que corresponde a três usinas de Itaipu.
O Plano Nacional de Recursos Hídricos estima em pouco mais de 132 mil MW o potencial energético dos rios amazônicos, incluindo a bacia do Tocantins.
Resta inexplorada a maior parte desse potencial --equivalente a sete usinas de Três Gargantas, na China, a maior hidrelétrica do mundo.
O governo estuda a construção de mais quatro usinas no complexo amazônico: Jirau (também no rio Madeira); Belo Monte (no rio Xingu), com potencial estimado em 11.181 MW; Marabá (rio Tocantins) e a usina de São Luiz (rio Tapajós).
Energia amazônica Além do Brasil, outros países da América Latina como Argentina, Equador e Panamá poderiam se beneficiar desta fonte energética.
Com menos dinheiro do que lhes custaria estabelecer uma usina nuclear, as regiões situadas nas proximidades de grandes correntes como o sul da Argentina ou o leste da China teriam coberta toda a sua demanda de energia de uma forma limpa e sustentável, segundo o analista.
Segundo a ONG, o aproveitamento de menos de 1% da energia produzida pelas correntes de água seria suficiente para satisfazer toda a demanda energética do planeta.
Goreau recebeu este ano um prêmio do prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) por seu trabalho nesta área.
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Folha Online, 10/12/2007)