Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado em todo o mundo para exigir dos dirigentes políticos medidas urgentes na luta contra o aquecimento da Terra em atos que coincidiram com a conferência do clima, em Bali. Nesta cúpula, que acontece até 14 de dezembro, estão reunidos mais de 10 mil representantes de quase 200 governos para estabelecer os próximos passos no combate ao aquecimento global, com os olhos voltados a um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto depois de 2012, quando este expira.
Coincidindo com a cúpula, a associação Global Climate Campaign convocou neste sábado uma mobilização em todo o mundo "para exigir dos dirigentes do mundo uma atuação urgente". As concentrações aconteceram na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Turquia, na Grécia, na Áustria, em Bali e na Bélgica, entre outros países. Segundo os organizadores, foram mais de 10 mil pessoas reunidas nas ruas de Londres. Para a Scotland Yard, contudo, este número não passaria de dois mil.
- Achamos que fazer frente a esta ameaça deveria ser a primeira prioridade do governo britânico - dizia a carta lida diante da residência do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Na Alemanha, os organizadores também estimam em 10 mil pessoas o número de manifestantes que tomaram as principais cidades do país, a metade teria se concentrado na capital, Berlim.
Tanto na Alemanha, como na Áustria e na Suíça, está previsto um apagar de luzes entre 20h e 20h05min, como gesto simbólico contra o crescente consumo de energia elétrica. Monumentos históricos como a catedral de Colônia e a Porta de Brandeburgo também ficarão às escuras durante este tempo. Em Bali, aproximadamente 500 pessoas protestaram contra a "dívida" dos países ricos, responsáveis em grande medida pela mudança climática, com os países mais pobres.
Enquanto isso, em Bruxelas, três mil pessoas se manifestavam e outras mil o faziam em Istambul, pedindo ao governo turco a assinatura do Protocolo de Kyoto e a desistência da construção de centrais nucleares. Já em Atenas, mais de mil de pessoas participaram de uma manifestação e outras centenas protestaram em cidades da Grécia, um país que despertou sua consciência ecológica com os incêndios que arrasaram mais de 200 mil hectares e nos quais 60 pessoas morreram em meados deste ano.
A convocação, no entanto, fracassou na Espanha, onde apenas 50 pessoas se concentraram na madrilenha Puerta del Sol. Em Moscou, a polícia cercou a escassa dúzia de ativistas concentrados e lhes informou que a manifestação era ilegal por não ter autorização.
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Jornal do Brasil, 09/12/2007)