O Ibama multou em R$ 56 mil a mineradora Vale do Rio Doce por não ter comunicado o vazamento de óleo no Rio Trombetas, em Oriximiná, oeste do Pará. O desastre ocorreu em 28 de novembro e foi constatado por equipes do Ibama que trabalham na região.
No município, funciona a Mineração do Rio Norte (MRN), companhia de produção de alumínio com 40% de participação da Vale. Segundo o engenheiro florestal da Reserva Biológica do Rio Trombetas, Carlos Augusto Pinheiro, o óleo formou uma mancha de seis quilômetros de extensão e cerca de 15 metros de largura, o que equivale a cerca de mil litros.
De acordo com ele, a origem do óleo pode estar em um navio que fez carregamento no dia do vazamento. Amostras foram colhidas para analisar a procedência do combustível. Apesar do acidente ecológico, Pinheiro afirmou que não houve impregnação do óleo no fundo do rio.
A limpeza, feita pela Vale, em parceria com a Petrobras e a MRN, foi concluída no dia 30. No dia seguinte, o Ibama fez uma vistoria no local e não constatou impactos significativos ao meio ambiente.
Segundo o representante da Vale, Murilo Fiúza, o material foi contido por bóias de contenção e mantas de absorção na margem direita do rio. Em seguida, foi colocado em tambores e levado para Belém para incineração.
Fiúza disse que a empresa recorrerá da multa. “A Vale vai apresentar recurso contra essa infração por não concordar com sua responsabilização e está aguardando a manifestação e o laudo da Marinha do Brasil contra a situação em questão”, alegou.
A Reserva Biológica do Rio Trombetas (Rebio) foi criada em 1979 para preservar a reprodução de espécies como a tartaruga-da-amazônia. Em 2004, foi publicado o manejo da unidade, listando 26 objetivos específicos, relacionados à proteção e à preservação dos diferentes ambientes e de espécies de flora e fauna.
(Por Priscila Galvão
, Agência Brasil, 08/12/2007)