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2007-12-07
Se depender dos autores das previsões alarmistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a 13ª Conferência das Partes sobre a Convenção das Nações Unidas sobre o Clima (COP-13) e a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto serão palcos de muito debate e poucos resultados práticos.  Até o dia 14, governos reunidos em Bali (Indonésia) deverão apenas estabelecer as bases para a negociação, nos próximos dois anos, do futuro regime internacional sobre o clima pós-Protocolo de Kyoto.

O segundo período do cumprimento de metas de redução das emissões de gases do efeito estufa determinadas pelo tratado começa em 2012 e termina apenas em 2017.  Representado pelos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente) e Ciência e Tecnologia (Sérgio Rezende), o Brasil vai defender que a comunidade internacional chegue a um consenso sobre as obrigações de países industrializados até 2009.

De acordo com o norte-americano Michael Glantz, diretor do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas (em Boulder, Colorado) e autor do primeiro relatório do IPCC, os países vão alcançar um acordo em Bali.  "A tendência é de que esse acordo se transforme numa tsunami, uma onda gigantesca que levará 30 anos para se desenvolver", prevê.  A resposta ao aquecimento global é lenta e demanda concessões políticas e econômicas.  "As reuniões das Conferências das Partes são passos graduais para um próximo conjunto de ações e atividades.  Cada encontro é necessário para que o processo se mova adiante, ao longo do gerenciamento sustentável da atmosfera", afirma Glantz.

No ímpeto de agilizar as negociações, os países europeus devem tentar ter voz ativa no estabelecimento das metas de membros do anexo 1.  Mas a boa vontade vai esbarrar na política da Casa Branca.  A previsão é do neozelandês Kevin Trenberth, autor dos três últimos relatórios do IPCC (1995, 2001 e 2007).  "Não espero muito progresso em Bali.  Os EUA precisam tomar a liderança e não vejo isso ocorrer sob o governo de George W. Bush", afirma.  Para ele, as nações que mais emitem gases do efeito estufa têm a obrigação de agir.  E logo.  "A cúpula abrirá espaço para uma reunião mais produtiva, após o fim do mandato de Bush.  Um fracasso no encontro deixará um legado de danos ainda mais graves provocados pelas mudanças climáticas", alerta.

Concessões
Trenberth revela que 200 cientistas apresentarão uma declaração aos governos presentes na Indonésia, advertindo que o problema do aquecimento global é extremamente sério.  "O mundo é um e as nações em desenvolvimento devem estar cientes de que serão prejudicadas pelas mudanças climáticas.  É do interesse de todos fazermos progressos", considera o neozelandês.  Climatologista da Universidade do Alabama e co-autor do quarto relatório do IPCC, John Christy não crê em concessões dos mais ricos, em prol do bem-estar comum.  Ele aposta que os países agirão por interesse próprio em Bali e vão considerar que a disponibilidade de energia é importante para o progresso.  "Um acordo deve reconhecer isso ou será ignorado", adverte.

O governo brasileiro defende que países em desenvolvimento adotem políticas internas que contribuam para a mitigação do aquecimento global.  Para o Itamaraty, as metas de redução de emissões devem se restringir apenas às nações industrializadas, que teriam a obrigação de prover mecanismos de ajuda às mais pobres.  Christy minimiza essa possibilidade e reforça: "As nações desenvolvidas nada têm a se desculpar".  "Não creio que elas tenham que se tornar mais pobres ao adotar restrições energéticas capazes de diminuir sua produtividade", afirma.  De acordo com ele, os países ricos têm a obrigação de compartilhar as inovações em tecnologia limpa, por meio de um mercado aberto.

(Por Rodrigo Craveiro, Correio Braziliense, 04/12/2007)





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