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2007-12-07

Indústrias cumprem normas ambientais, mas emissão de gases cresce a cada ano

Rio Grande - Proposta pelo vereador Charles Saraiva (PMDB), foi realizada na Câmara Municipal, ontem à tarde, audiência pública sobre a poluição em Rio Grande. Segundo o parlamentar, o objetivo do debate popular se deu devido à falta de divulgação por parte das indústrias à comunidade. "A iniciativa não partiu de denúncias, mas pela falta de respostas sobre a quantidade de fumaça emitida pelo Distrito Industrial, onde podemos constatar a presença de árvores queimadas e muita fumaça. A comunidade, principalmente a que vive em bairros próximos ao local, merecem explicações", argumentou.

Saraiva ressaltou ainda que não foi finalidade da audiência prejudicar os funcionários dessas indústrias e tampouco impedir a vinda de outros empreendimentos, "mas precisamos saber como é feita a medição do nosso ar", explicou o vereador, quando foram mostradas aos presentes algumas imagens feitas pela TV Câmara, no último final de semana, de emissões de gases e a fumaça à noite, próximo do condomínio residencial Trevo.

Outro fato levantado por Saraiva foi quanto ao fechamento do escritório da Fepam em Rio Grande pela governadora Yeda Crusius, "deixando somente a unidade de Pelotas, que possui menor número de indústrias que Rio Grande", argumentou.

Logo em seguida, o presidente do Centro de Indústrias do Rio Grande (Cirg), Paulo Edison Pinho, mostrou os resultados de relatórios feitos pela Comissão para Assuntos Ambientais do Cirg nos últimos anos, ocasião em que todos os relatórios apontaram condições favoráveis, ou seja, que os gases poluentes emitidos seguem as normas internacionais utilizadas em outros países, como Canadá e Estados Unidos.

O relatório aponta quatro categorias: medição em chaminés das indústrias, monitoramento da qualidade do ar, previsão meteorológica e atendimento à comunidade. "A medição é feita freqüentemente e faz a leitura da qualidade do ar. O vento mais predominante é o entre Leste e Nordeste e direciona-se à estação de monitoramento, que funciona durante o dia", explicou Pinho.

Desde 2005, a medição da qualidade do ar está a cargo da Isatec, que atualizou os dados existentes e renovou os equipamentos. Os relatórios são repassados à Fepam. O documento de 2007 foi feito com base em dados do ano passado. Até hoje, todos os resultados estão dentro do limite das normas internacionais.

Apesar de estar bem abaixo dos limites apontados pela legislação - segundo o relatório da comissão - pode-se notar o crescimento acelerado nos últimos anos da liberação de gases como o fluoreto gasoso e a amônia.

Uma das inovações foi a contratação por parte da Cirg da Somar Meteorologia, que avisa as indústrias com antecedência de 72 horas as condições climáticas, apontando dias desfavoráveis de dispersão. A partir deste ano, os dados serão acumulados para o histórico do Município e avaliação ao modelo de previsão.

Secretarias do Meio Ambiente
O ex-promotor público do Rio Grande, atual secretário adjunto da Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Francisco Simões Pires, participou da audiência e revelou que o governo tem trabalhado para garantir que os gaúchos contem com novos investimentos e também com qualidade de vida. "Além da grande Porto Alegre, o governo do Estado se preocupa com outros dois pólos industriais: Rio Grande e Caxias do Sul, portanto, assim como está sendo feito na capital gaúcha, a secretaria prevê a modernização e a atualização dos equipamentos das estações de medição da qualidade do ar para que todos os padrões existentes possam ser analisados", esclareceu ele.

Várias indústrias do Município, principalmente de fertilizantes, estão ampliando seus parques industriais e outros empreendimentos estão se instalando no Distrito Industrial.

Já o secretário municipal do Meio Ambiental, Norton Gianuca, disse que reuniões vêm sendo feitas junto às indústrias para debater a poluição. Falou ainda que, a cada ligação da comunidade reclamando da fumaça ou do mau cheiro ocasionados pelas indústrias, a secretaria entra em contato com as empresas que, em sua maioria, atendem aos pedidos do órgão público. "Além disso, estamos sempre em contato com a Fepam, para sabermos sobre as medições da qualidade do ar, tendo certeza de que as indústrias estão cumprido com suas exigências legais", falou ele, ressaltando que as emissões se encontram abaixo dos níveis estabelecidos pela própria Fepam. "Mas estamos atentos e em contato permanente com empresas e população", ressaltou.

Participaram ainda o promotor público, José Zachia Alan, secretário municipal do Meio Ambiente, Norton Gianuca, e representantes de indústrias, entre elas a Yara e Bunge Fertilizantes.

(Por Mônica Caldeira, Jornal Agora, 07/12/2007)


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