A anunciada negociação da floresta amazônica da Guiana, pelo governo
francês, com uma organização não-governamental, foi tema de debate, nesta quarta-feira (05/12), na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (Caindr) da Câmara dos Deputados. O acordo prevê que a floresta da Guiana, que faz fronteira ao sul com o Brasil, seja administrada por uma organização internacional da Inglaterra que colonizou a hoje possessão francesa até 1966.
Como a Guiana é membro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônico (OTCA), fórum em que se discute questões envolvendo a integração entre os países amazônicos, o Ministério das Relações Exteriores enviará para a audiência o diretor do departamento da América do Sul II, mi-nistro João Clemente Baena Soares e o conselheiro Fernando Coimbra, da área do meio ambiente do Itamaraty. A presidente da Caindr, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), diz que o problema é delicado e defende uma posição oficial da
diplomacia brasileira. "Muito nos preocupa a presença estrangeira na
administração dos recursos naturais num bioma amazônico, isso é tudo o que não queremos na Amazônia brasileira", disse. A deputada, porém, esclarece que não é contra a entrada de recursos internacionais para o financiamento do desenvolvimento da Amazônia, mas avalia que "o país não pode abrir mão da formulação e condução dos projetos conservacionistas na região, sob pena de colocar em risco a soberania".
(Amazônia.org, 06/12/2007)