A opção por sacolas oxibiodegradáveis já foi discutida na Câmara de Vereadores de Caxias e atualmente é debatida na de Bento Gonçalves. Em Caxias, o projeto do vereador Guiovane Maria (PT) acabou retirado depois que o estudioso da área de polímeros e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marco-Aurelio De Paoli alertou, em audiência pública, que ainda há dúvidas sobre a decomposição desse produto.
- Os aditivos (usados para modificar os polímeros) são eficientes na primeira etapa, na redução no tamanho das cadeias do plástico na ordem de 10 vezes, mas algumas perguntas ainda não foram respondidas - ressaltou De Paoli.
Diante disso, Guiovane apresentou um projeto obrigando os estabelecimentos comerciais a substituírem as sacolas de plásticos comuns pelas biodegradáveis, que, conforme o texto, não apresentam grande impacto contra o meio ambiente.
- Realizamos uma audiência pública que ajudou a melhorar a proposta. Depois da manifestação do professor na tribuna, decidimos sugerir a troca pelas biodegradáveis, que envolvem matéria-prima vegetal - justifica o parlamentar.
O assunto é tão polêmico que os professores do Instituto de Saneamento Ambiental da UCS preferiram não se manifestar.
Em Bento Gonçalves, o vereador Jair Baruffi (PTB) defende o uso das sacolas oxibiodegradáveis. O projeto está em pedido de vistas com o vereador Valdecir Rubbo (PDT) desde o dia 17 de agosto. Ele alega que a matéria é complexa e quer mais tempo para apreciá-la. Já o autor da proposta tem pressa.
- Eu estou aguardando mais manifestações, mas pretendo continuar com o projeto e colocá-lo em votação em regime de urgência até o final do ano - adianta Baruffi.
O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Longo, acredita que as sacolas oxibiodegradáveis não são os modelos indicados, pois não têm a eficácia tecnologicamente comprovada.
- A conscientização é válida, mas acredito que essa medida não vai atender nem 2% da população que faz compras, porque elas são realizadas por conveniência, saindo do trabalho, e as pessoas não vão saber a quantidade de sacolas que devem levar - argumenta Longo.
(O Pioneiro, 07/12/2007)