Imperceptível e não apreciada durante cinco décadas, uma grande tartaruga fêmea com uma casca manchada agora é um bem precioso no zoológico decadente dessa cidade. Ela é alimentada com uma dieta especial de carne crua. Sua pequena piscina foi protegida com vidro a prova de balas. Uma câmera observa todos os seus movimentos. Um guarda a vigia durante a noite. A questão é simples: a tartaruga não pode morrer.
No começo desse ano, cientistas concluíram que ela é a última fêmea gigante da tartaruga de casca mole Yangtze. Ela tem cerca de 80 anos e pesa quase 45 quilos. Por coincidência, o planeta só tem mais um macho. Ele vive em um zoológico da cidade de Suzhou. Ele tem 100 anos e pesa cerca de 90 quilos. Os dois são a última esperança de salvar uma espécie que se acredita ser a maior tartaruga de água doce do mundo.
“É uma situação muito horrível”, disse Peter Pritchard, um especialista em tartaruga nos EUA que está envolvido nos empenhos para salvar a espécie. “Essa é tão grande e tem uma aura de mistério. Ninguém pode ignorar sua importância”.
A tartaruga de Changsha será levada para Suzhou ano que vem. Espera-se construir uma piscina especial de reprodução. Primeiro, os cientistas tentaram inseminação artificial. Se isso falhar, as duas idosas tartarugas tentarão da maneira mais tradicional.
Gerald Kuchling, um herpetologista cuidado do procedimento, disse que o sucesso estava longe de ser garantido. Há vários anos, uma tartaruga no Havaí morreu depois de um procedimento similar. Em maio, Kuchling conduziu um exame de ultra-som nos ovários da fêmea em Changsa. Durante anos, ela botou ovos sem nada durante a primavera, apesar dos funcionários terem dito que o número diminui constantemente.
“O maior problema é como conseguir um exemplo de esperma de um velho macho sem machucá-lo de maneira nenhuma”, disse Kuchling, que acrescentou que dar pequenos choques é um método comum para extrair um exemplo. Massagem manual é outra.
(Por Jim Yardley,
The New York Times, 05/12/2007)