Diversas organizações internacionais e agências das Nações Unidas se reuniram nesta quinta-feira (06/12) em Bali, na Indonésia, para estudar como a África pode se beneficiar dos projetos destinados a combater o aquecimento global. Desde segunda-feira (03), Bali recebe representantes de 190 países para o 13ª encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês).
O objetivo é que os países africanos possam ter acesso a mais projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, em inglês), estabelecido no Protocolo de Kyoto, mas que até agora foi pouco implantado no continente. Segundo o protocolo, o CDM deve ser aplicado em nações em desenvolvimento e permite aos países desenvolvidos obter certificados de redução de emissões, que podem ser trocados no mercado internacional do carbono.
"Há 850 projetos de CDM em 49 países em desenvolvimento, mas apenas 23 na África" (2,6% do total), afirmou em comunicado Yvo de Boer, secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. "Já chegou a hora de os benefícios deste mecanismo se estenderem à África", acrescentou De Boer.
Atualmente, uma tonelada de redução de emissões dióxido de carbono tem um valor no mercado internacional entre US$ 5 e US$ 10. Segundo o Banco Mundial, o volume destas trocas passou de US$ 1 bilhão em 2004 para US$ 11 bilhões em 2005 e mais de US$ 30 bilhões no ano passado.
CríticasNa quarta-feira (05), Japão e Canadá foram duramente criticados durante a conferência por ONGs que acusam as duas nações industrializadas de não arredarem pé de suas posições em relação à questão das reduções das emissões dos gases de efeito de estufa. "Estamos preocupados com a posição do Japão e do Canadá, as suas propostas certamente não fortalecem as bases do Protocolo de Kyoto", afirmou à France Presse Angela Ledford Anderson, da ONG americana National Environment Trust.
De acordo com Anderson, a delegação canadense em Bali afirmou que caso as reduções de emissões sejam aprovadas, elas deveriam ser aplicadas para todos os países, o que contradiz certas questões apontadas no acordo de Kyoto, que estabelece as diminuições apenas para países desenvolvidos. Ela ainda afirmou que a delegação japonesa sugeriu um sistema onde os países se comprometeriam voluntariamente a reduzir as suas emissões.
(Folha Online,
Ambiente Brasil, 07/12/2007)