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2007-12-07
Depois de anos de negação, atraso, distração e distorção, a mudança climática está transformando o ambiente político. John Howard, da Austrália, recentemente tornou-se o primeiro líder nacional a perder as eleições em grande parte por seu fracasso em responder às preocupações dos cidadãos sobre o aquecimento global. O primeiro-ministro recém eleito, Kevin Rudd, disse que tornará o aquecimento global sua prioridade no cargo.

O despertar da Austrália não é um exemplo isolado. Na China, 83% da população é a favor da adoção de medidas para prevenir a mudança do clima. Entre 2006 e 2010, a China planeja melhorar a eficiência energética em 20%, aumentar o uso de fontes de energia renovável em 15% e continuar seu programa de reflorestamento em grande escala.

O diálogo nos EUA também está mudando, apesar de lentamente. Enquanto todos os democratas concorrendo à presidência endossam forte ação para reduzir as emissões, entre os republicanos, o senador John McCain é o único defensor de legislação nacional para combater o aquecimento. Fred Thompson admite o aquecimento global em seu site, mas não que seja provocado pelo homem.

Nos muitos debates presidenciais, os moderadores só perguntaram sobre o aquecimento global uma vez. Os analistas e os políticos ainda precisam se atualizar sobre o que está acontecendo nos movimentos de base e em torno do país.

Há poucas semanas, cinco Estados do Centro-Oeste, inclusive Illinois, Kansas e Michigan, anunciaram sua intenção de limitar suas emissões de gases de efeito estufa e criar um programa regional de comércio de emissões. Eles estão seguindo 10 Estados do Nordeste e seis do Oeste, liderados pela Califórnia.

Juntos, esses Estados incluem mais da metade da economia americana. Vinte e sete empresas —incluindo General Electric, General Motors, DuPont, Caterpillar, mineração, petróleo e serviços básicos— uniram-se aos principais grupos ambientais para pedir ao Congresso que aja rapidamente para impor limites nacionais que reduzam as emissões.

O problema é que o tempo está acabando. Neste outono, cientistas britânicos concluíram que as emissões de dióxido de carbono estão crescendo 30% mais rápido do que se pensava. O aumento das emissões sugere que os impactos perigosos da mudança climática chegarão ainda mais rapidamente nas próximas décadas.

É por isso que a reunião internacional de clima em Bali, Indonésia, é um teste crucial.

Representantes de mais de 180 nações estão se reunindo para traçar um curso para um novo acordo global que controle a mudança climática. O mundo sabe que nenhum acordo pode ter sucesso sem os EUA. Apesar de o presidente ter admitido o aquecimento global como um problema, ele se recusou a comprometer os EUA em acordos de redução de emissões ou de adotar um alvo global para deter o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera antes de dobrarem em relação aos níveis pré-industriais.

O presidente George W. Bush deve admitir que as evidências demonstram a urgência da necessidade de medidas contra o aquecimento. Ele deve comprometer os EUA à uma firme redução de emissões e deve apoiar os esforços bipartidários no Congresso para aprovar leis de combate à mudança climática. Assim, ele estará em uma posição forte para pedir que as outras nações reajam.

Toda nação presente em Bali também sabe que não terá sucesso sem a China. Bush também pode exercitar liderança nesse item. Ele pode instruir o vice-secretário de Estado John Negroponte a unir-se ao secretário do Tesouro Henry Paulson em sua próxima viagem à China para encontrar um território comum com a China em aquecimento global. Negroponte era a principal autoridade ambiental do Departamento de Estado sob o presidente Ronald Reagan e teve importante papel na negociação do Protocolo de Montreal para proteger a camada de ozônio, um dos maiores sucessos em diplomacia ambiental internacional.

Depois de Pequim, o presidente deveria enviar Negroponte a Bali, onde, neste momento, os EUA são a única grande nação não representada em nível ministerial. Negroponte deve estabelecer um mapa para se atingir um acordo global justo e inclusivo de redução de emissões para manter o aquecimento em dois graus Celsius.

O mapa deve estabelecer a base para a expansão do mercado de emissões existente, promover um programa de desenvolvimento e implementação de tecnologia eficiente e eficaz e lançar um esforço agressivo para proteger as florestas que restam no mundo. Isso vai requerer financiamento e investimento inovadores —e, se apropriadamente implementado, vai criar importantes novas oportunidades para a indústria americana. O mapa do caminho também deve começar a pensar como o mundo poderá se adaptar às mudanças que nossa inação provocou.

Há poucas semanas, o governador da Geórgia, Sonny Perdue, fez uma prece para que a chuva viesse aliviar a seca de Atlanta. Alguns dos moradores trouxeram guarda-chuvas. Até choveu um pouco. Devemos todos não só rezar pelo sucesso em Bali, mas trabalhar para torná-lo realidade.

(Por John F. Kerry e Jonathan Lash*, tradução de Deborah Weinberg, Herald Tribune, 04/12/2007)

*John F. Kerry, senador de Massachusetts e candidato democrata para a presidência em 2004, é líder da delegação do Senado para as reuniões de mudança climática em Bali.

Jonathan Lash é presidente do Instituto World Resources, organização de pesquisa não partidária




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