Cooperativa lançou ontem projeto Energia Verde, que visa orientar organizações para que também tornem-se "Carbono Neutro"
Teutônia - As empresas do Vale do Taquari contam com um novo aliado na busca pela conservação do meio ambiente. A Cooperativa Regional de Eletrificação Teutônia Ltda. (Certel), já pioneira em consciência ambiental, lançou ontem o projeto Energia Verde. Este visa orientar outras organizações para que também tornem-se "Carbono Neutro", assim como a cooperativa, e neutralizem cada vez mais a emissão dos gases do efeito estufa. Para o presidente Egon Hoerlle, é um instrumento poderoso colocado nas mãos do empresariado. Sugere a união de forças para, num trabalho conjunto, minimizar o problema e deixar um legado ambiental que garanta a sobrevivência das futuras gerações. Com a frase do sociólogo Herbert de Souza, destacou a necessidade de provar à sociedade que não se progride sem a pureza do ar, a preservação das florestas e a dignidade da população. "É possível sim conciliar sustentabilidade econômica com a socioambiental."
Fala de uma cultura de mudança, que exige a adoção de procedimentos com responsabilidade através de uma mudança comportamental, capaz de promover inovações e ganhos competitivos. "Devemos mudar a nossa visão em relação aos problemas ambientais, trocando os óculos de lentes roxas por verdes, vislumbrando um desenvolvimento sustentável sem aquecimento global, sem poluição e sem agressão à natureza." E Hoerlle fala sobre o assunto com propriedade, afinal a Certel foi uma das primeiras, ainda em 1985, a preocupar-se com a questão, numa época em que muitas organizações nem sabiam o que o termo significava.
A Certel tem como objetivo desenvolver conceitos de atividades neutras para o clima no ambiente interno das empresas. Vai oferecer, por meio do projeto, treinamento para voluntários que vão ser responsáveis pela atividade dentro das organizações. Também terá a responsabilidade de conferir o selo "Carbono Neutro" às empresas participantes que cumprirem as metas de neutralização de emissões, garantindo um adicional à marca, e vai manter parceria com instituições públicas e privadas, além de escolas, para o plantio de árvores em áreas degradadas e projetos preservacionistas.
Apóiam a iniciativa da cooperativa de Teutônia, CIC Vale do Taquari e Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).
Oportunidade lucrativa
O presidente da Certel lembrou do Protocolo de Kyoto anunciado em 1997 na 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Segundo este, os países se responsabilizam em reduzir a emissão de poluentes, entre 2008 e 2012, em 5,2% em relação aos patamares de 1990.
O acordo entrou em vigor em 2005 com a adesão de 55 países, que respondem por 55% das emissões globais. Para Hoerlle, este ofereceu uma oportunidade lucrativa aos países pobres, permitindo que os ricos investissem em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) nos subdesenvolvidos, a fim de compensar a emissão de gases de efeito estufa. O Brasil criou o Mercado Brasileiro de Reduções de Emissões (MBRE), que começou a operar em setembro de 2007, com leilão internacional com base em um projeto em aterro sanitário na Prefeitura de São Paulo.
Opções de neutralização
- plantio de árvores
- conservação e proteção florestal
- programa de eficiência energética
- desenvolvimento de fontes de energia renováveis
Salve o planeta e ganhe dinheiro
O diretor da Max Ambiental S.A., parceira do Energia Verde, Emídio Dias Carvalho Júnior, chamou a atenção para os empresários quanto à oportunidade de reduzir os efeitos nocivos, acentuados após a Revolução Industrial, e ainda ganhar dinheiro. O investidor pode colaborar com o meio ambiente e futuras gerações, e ser pago por isso. Pode negociar no mercado internacional o que economiza – de poluição – com empresas que são multadas pelo excesso despejado. "O Brasil é o segundo país em geração de crédito de carbono. É um mercado ativo."
Júnior lembra que as empresas precisam mudar o comportamento, não apenas neutralizando as emissões, mas também reduzindo o consumo. "Não adianta só plantar árvores e continuar prejudicando o meio ambiente."
Benefícios de aderir à proposta
- a própria neutralização
- tornar-se empresa cidadã e de boa governança
- melhoria balanço social, agregando valor à empresa
- criar fatos de preferência de marca nos clientes
(Por Carine Schwingel, O Informativo do Vale, 06/12/2007)