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transmissão/distrib.de energia sustentabilidade
2007-12-06

A Organização das Nações Unidas divulgou, na semana passada, a nova edição de seu relatório de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil aparece em 70º lugar, mas é o país que mais evoluiu: nos últimos 26 anos subiu 16 posições no índice.

Os marcadores responsáveis pela melhora foram a equiparação do número de meninos e meninas matriculadas na escola, eqüidade de oportunidades a homens e mulheres e o aumento da expectativa de vida. Entretanto, há fatores que podem impedir o país de subir mais no ranking, como os cerca de 4 milhões de famílias ainda sem acesso à energia elétrica.

As observações foram feitas por especialistas reunidos no encontro "Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe", que ocorre até sexta-feira (07/12) na Academia Brasileira de Ciências, no Rio de Janeiro.

O tema da energia, particularmente o da energia nuclear, ocupou um debate que destacou a relação entre produção de energia e IDH. Na classificação dos países em relação à energia per capita, o Brasil está abaixo de 2 em uma escala que vai de 0 a 10.

“Parece claro que precisamos gerar mais energia. E não podemos abrir mão de nenhum tipo de alternativa. Os principais países na lista do IDH fazem amplo uso da energia nuclear”, disse Aquilino Senra Martinez, professor titular do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A energia nuclear representa 3,7% da matriz energética brasileira, o que é muito pouco.”

João Manoel Lousada Moreira, da Universidade Federal do ABC, também presente no simpósio, concordou: “O país precisa produzir mais energia e energia nuclear é uma alternativa”.

A França é o país que mais produz energia elétrica por meio nuclear, com 78% do total gerado, seguida por Suécia (50%), Ucrânia (45%), Coréia do Sul (37%), Alemanha (28%) e Japão (23%). Os Estados Unidos lideram no número de usinas (104), com França (59), Japão (54), Grã-Bretanha (31) e Rússia (30) em seguida.

“A Coréia do Sul inaugurou sua primeira usina junto com o Brasil, no final da década de 1970, mas hoje tem 19, contra apenas duas daqui”, comparou Senra.


Vantagens e riscos

Os debatedores foram unânimes em afirmar que, embora na área da energia nuclear não tenha havido reposição de pessoal nos últimos anos, o Brasil tem capacidade em termos de potencial humano. “O Brasil está entre os nove países que detêm a tecnologia do urânio”, ressaltou o professor da Coppe.

Em relação às reservas mundiais de urânio, o país tem cerca de 143 mil toneladas. A Austrália vem em primeiro, com 1 milhão de toneladas, seguida do Cazaquistão (622 mil toneladas), Canadá (439 mil) e da África do Sul (298 mil).

Lousada Moreira enumerou vantagens econômicas. “A energia nuclear pode produzir energia elétrica a um custo compatível com o das hidrelétricas. Além disso, seu impacto ambiental também é baixo – uma usina como Angra ocupa uma área de 1 a 4 quilômetros quadrados”, disse.

Os pesquisadores enfatizaram que a tecnologia apresenta problemas de segurança e custos, mas que isso não a tornaria diferente das outras alternativas.

“Em relação à emissão de gases do efeito estufa, por exemplo, atualmente se discute a emissão de gases por materiais depositados nas barragens das hidrelétricas”, afirmou Senra. “Desde a mineração até o reator, a energia nuclear apresenta baixo índice de emissão de carbono. Nesse quesito, pertence ao mesmo bloco da energia eólica, por exemplo”, disse Lousada Moreira.

Em relação à segurança, o maior receio é que ocorra no Brasil acidentes como o da usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, ou de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.

“É claro que sempre haverá o risco tecnológico, mas não existe a possibilidade de ocorrer em Angra 1 ou 2. A engenharia aplicada aqui não permite acidentes do tipo. Além disso, devemos lembrar que das 440 usinas espalhadas no mundo, houve apenas dois acidentes”, salientou Senra.

Outra preocupação é quanto aos rejeitos. Segundo o pesquisador, o que o mundo se habituou a chamar de “lixo radiativo” é nada menos do que energia. “Alguns países colocam esse ‘lixo’ embaixo da terra para reaproveitar no futuro”, afirmou.

“Não sei se esse é o modelo que devemos adotar, mas também não podemos aderir aos discursos de países desenvolvidos como a Suécia, que pode se dar ao luxo de não fazer mais reatores nucleares. O Brasil defende o uso da energia nuclear para fins pacíficos, tem potencial de desenvolvê-la e deve aproveitá-la”, destacou Senra.

(Por Washington Castilhos, Agência Fapesp, 05/12/2007)


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