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proteção da vida marinha caça Greenpeace
2007-12-06
A bordo de navio do Greenpeace, Leandra Gonçalves quer impedir a matança de baleias.

Seu objetivo é mostrar que é possível fazer ciência sem matar os animais.

Uma bióloga brasileira está do outro lado do mundo para combater a caça às baleias. A bordo do navio Esperanza, Leandra Gonçalves, do Greenpeace, persegue a frota baleeira japonesa com uma missão. Enquanto o Japão afirma que caça com fins científicos, a brasileira promete provar que para fazer pesquisa, não é preciso matar.

Coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace Brasil e da pesquisa científica a bordo do Esperanza, Leandra, de 25 anos, partiu com seus colegas em busca da frota japonesa em 17 de novembro. O objetivo é ficar quatro meses em alto mar e cumprir duas metas. A primeira, tentar convencer os japoneses a deixar de lado a perseguição as baleias. A segunda, fazer ciência.

“Essa frota sai há 20 anos. É uma caça comercial disfarçada de ciência”, afirmou Leandra ao G1. “Nós vamos mostrar ao mundo que a gente consegue fazer ciência de qualidade sem matar”, afirma.

O objetivo do grupo do Greenpeace era ter encontrado a frota baleeira logo no mesmo dia após terem deixado o porto. Mas uma manobra dos japoneses logo depois do pôr-do-Sol deixou os ambientalistas literalmente a “ver navios”. Indo mais devagar do que o que deveria, os japoneses alcançaram as águas internacionais muito depois do previsto, protegidos pela escuridão da noite.

Logo depois, a tripulação do Esperanza caiu num truque da frota baleeira. Entre todos os navios observados num radar, um não transmitia sua identificação. O Greenpeace começou a persegui-lo em velocidade máxima. As luzes de navegação confirmaram a crença do grupo: era ele. Horas depois, a decepção: eles seguiam o navio errado. O da frota, em um certo momento, se apagou, deixando um navio da marinha com luzes parecidas de “isca” -– que o Esperanza mordeu.

A decepção, segundo Leandra, foi grande, mas durou pouco. Sem outra alternativa, a tripulação mudou a rota e se dirigiu ao sul, onde fica o santuário de baleias, destino final da frota.

Quando finalmente alcançar os japoneses, o Greenpeace planeja uma série de ações para chamar a atenção da frota. “Em primeiro lugar, vamos dar um aviso e fazer um pedido para que os navios retornem ao porto”, conta Leandra.

“A partir daí, tudo depende da resposta deles.” A brasileira afirma que o grupo não pretende tomar nenhuma medida “drástica”. “Fazemos ações diretas e não violentas. Respeitamos as leis internacionais e as regras de segurança no mar. Não há perigo”, diz ela.

Caça científica
A missão primordial do grupo é chamar a atenção do mundo sobre o problema da caça às baleias. O governo japonês se reserva o direito de lançar a frota anualmente baseado em “questões culturais”, segundo a embaixada do Japão no Brasil. “Usamos as baleias de forma sustentável. Fazemos pesquisa de acordo com a Convenção das Baleias”, afirma a adida cultural da embaixada, Sakiko Hayakawa. “É uma atividade legítima”, diz ela.

Segundo Hayakawa, faz parte da cultura japonesa se alimentar de baleias. Leandra Gonçalves discorda. “O Greenpeace fez uma pesquisa junto a população japonesa e 95% dos entrevistados afirmou que não come ou nunca comeu carne de baleia”, diz ela.

A representante da embaixada diz que isso não é verdade. “O Japão acredita que é importante respeitar a cultura de todos os países. Gostaríamos que a nossa também fosse respeitada”, diz Hayakawa.

Dia-a-dia em alto mar
Além de procurar baleeiros e coordenar os esforços de pesquisa, a bióloga brasileira tem diversas outras tarefas na rotina do Esperanza. “Somos 40 pessoas convivendo num espaço confinado por quatro meses. Então viramos uma espécie de família”, conta ela.

Os membros do Greenpeace se revezam em atividades cotidianas, que vão desde fazer observação na ponte de comando até limpar banheiro e cozinha. Todos os sábados, é dia de faxina. As quintas são o dia de cada participante contar um pouco sobre seu país. Nesta quinta-feira (devil), a brasileira se apresentará para contar um pouco sobre o principal tema de interesse de seus colegas estrangeiros: a Amazônia.

As discussões são intensas. A bordo estão desde pesquisadores do mais alto nível acadêmico até tripulantes com pouca escolaridade. “Estar aqui é um grande aprendizado, em todos os níveis”, conta Leandra.

Enquanto isso, o Esperanza segue rumo ao sul em direção ao santuário. “Vamos encontrá-los, é só uma questão de tempo”, garante a brasileira.

(Agência G1, 06/12/2007)


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