Chanceler brasileiro vai defender os biocombustíveis contra o efeito estufa, conta Cristina AmorimO chefe da delegação brasileira na 13ª Conferência do Clima (COP-13), o chanceler Celso Amorim, chegará mais cedo a Bali, onde acontece a reunião até o final da próxima semana, do que muito ministro de outras delegações.
Não que Amorim busque seguir os passos de Al Gore, político americano que ganhou projeção internacional (e até um Nobel e um Oscar) ao virar defensor do planeta. No sábado e no domingo, o chanceler participa de uma reunião de ministros do comércio que acontece na mesma cidade.
Vai defender os biocombustíveis - que o presidente Lula vende como grande contribuição brasileira aos esforços no combate ao efeito estufa, já que emitem menos gases do que os derivados de petróleo. O País quer maior abertura dos mercados americano e europeu ao produto brasileiro.
O curioso é que Celso Amorim não viria para a COP - como, aliás, é de praxe. Só virá porque, há alguns dias, em Brasília, foi cobrado pelo presidente Lula em plena reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em frente a ambientalistas e cientistas ligados ao tema.
“Tem que ir!”, teria clamado Lula. Quem estava presente diz que o semblante surpreso do chanceler ficou para a história.
Na COP há delegados engravatados, ongueiros, cientistas, jovens, políticos e, claro, lobistas de tudo que é jeito e tamanho. O prêmio de melhor maquiagem da realidade, contudo, vai para o grupo que defende a derrubada da floresta original para substituí-la por plantações de teca, que cresce rápido e, como árvore jovem, tira mais carbono da atmosfera!
É ou não é genial?
(Cristina Amorim,
Agência Estado, 05/12/2007)