Manifestação foi um ato de apoio à greve de fome do bispo e uma ação de repúdio ao projeto do governo Cerca de 500 pessoas, entre religiosos, índios e integrantes de movimentos sociais do médio São Francisco, bloquearam nesta quarta-feira, 5, a ponte da BR-242 que atravessa o rio, no município de Ibotirama, a 640 quilômetros a oeste de Salvador. "A manifestação foi um ato de apoio à greve de fome do bispo (Luiz Flávio) Cappio e uma ação de repúdio ao projeto de transposição (do rio São Francisco) que está sendo feito", afirma o diretor do Movimento de Pequenos Agricultores, Anderson Santos.
Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta) na região oeste da Bahia, Bartolomeu Guedes afirmou que o protesto foi realizado para avisar a população sobre "o erro que é o projeto de transposição". "Temos de chamar a atenção para a situação absurda que é fazer um projeto como esse enquanto a população ribeirinha passa sede."
Durante a manifestação, os motoristas que passavam pela rodovia, que liga a capital baiana ao Distrito Federal, tiveram de esperar por pelo menos duas horas para seguir viagem, sob temperatura próxima dos 40 graus. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma das vias era liberada a cada duas horas para aliviar o trânsito. Depois do bloqueio, os manifestantes seguiram ao centro de Ibotirama, onde realizaram um ato contra a transposição.
SoroNesta quarta, foi o primeiro dia em que d. Cappio deixou de ingerir apenas água filtrada do rio São Francisco. "Tivemos de passar a administrar soro caseiro para manter a saúde do religioso", afirma o médico Rogério Leal, que passou a acompanhar o bispo. De acordo com ele, d. Cappio começou a apresentar sinais de anemia e de desidratação. "Agora, quero manter o estado físico melhor por mais tempo, para seguir no protesto", disse d. Cappio.
(Tiago Décimo
, Agência Estado, 05/12/2007)